Entre os quatro bolsonaristas da CPI, apenas Jorginho Mello concorre em cenário favorável [fotografo]Jefferson Rudy/Agência Senado[/fotografo]
O presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, pediu nesta sexta-feira (30) que o depoimento que ele deve prestar à
CPI da Covid, marcado para o dia 4 de agosto, isto é, na próxima quarta-feira, seja adiado. A fala dele à comissão consta como a segunda agenda de reunião prevista pelo colegiado, após o retorno do recesso parlamentar.
A defesa do CEO da empresa, envolvida no caso da compra de vacinas da Covaxin pelo governo federal, enviou à Comissão cópias de cartões de embarque e do passaporte do empresário, que indicam que ele partiu de São Paulo no último sábado (24), rumo à cidade de Hyderabad, na Índia. Uma imagem atribuída como sendo do passaporte dele indica que Maximiano entrou no país indiano na segunda-feira (26).
A empresa foi incluída no radar de investigações da CPI em junho, quando o deputado
Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor da Saúde Luís Ricardo Miranda, disseram que o contrato tinha irregularidades, e que o presidente Jair Bolsonaro teria ciência de possível superfaturamento na compra da vacina. O esquema que incluiu a empresa teria a articulação de
Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
Em um vídeo gravado esta semana, o senador
Randolfe Rodrigues (REDE-AP) indicou saber que o empresário estaria fora do país - mas não havia até então indicado que poderia adiar o depoimento.
"Recebemos a notícia que o senhor Francisco Maximiano se evadiu pra Índia e pretende não ser ouvido pela CPI na quarta-feira", disse Randolfe, em um vídeo publicado em suas redes sociais. O senador recomendou que Maximiano retornasse a tempo para o seu depoimento no Brasil: "Evadir-se do país quando há uma investigação em curso é crime, e nós não titubearemos em pedir a sua prisão preventiva."
A comissão deve retomar os trabalhos nesta terça-feira (3) com o depoimento de Amilton Gomes de Paula, reverendo que teria negociado vacinas de maneira ilegal com o governo federal por meio da empresa SENAH. Na quinta-feira (5), o depoimento de Túlio Belchior Mano da Silveira, que também integra a Precisa Medicamentos. Randolfe ainda disse que devem ser votados, durante a semana, quebras de sigilos e também o congelamento de ativos da
Precisa, no valor do contrato firmado com a União.
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