Compra era intermediada pela empresa Belcher Farmacêutica, que previa o pagamento de US$ 17 por dose [fotografo] Pixabay [/fotografo]
Após as denúncias relacionadas à
compra da vacina indiana Covaxin, a
CPI da Covid vai investigar a negociação feita pelo Ministério da Saúde para a aquisição de 60 milhões de doses da vacina chinesa CanSino. A informação é do
site O Globo e da rádio CBN
. O contrato, de aproximadamente R$ 5 bilhões, é intermediado pela empresa Belcher Farmacêutica, alvo da Polícia Federal na Operação Falso Negativo, no Distrito Federal.
No dia 4 de junho, o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Arnaldo Correia de Medeiros, assinou uma carta de intenção de compra com a Belcher Farmacêutica do Brasil, farmacêutica com sede em Maringá (PR), que representa a CanSino. De acordo com o documento, a vacina - a ser aplicada em dose única - custaria US$ 17 a dose, valor mais alto negociado pelo governo para um imunizante contra a covid-19.
A carta de intenção é uma das etapas da negociação para a compra da vacina, mas nenhum contrato foi assinado ainda. A empresa é alvo da
Operação Falso Negativo, investigação conduzida pela Polícia Federal que apura desvios de verbas na compra de testes para detecção de covid-19 pelo governo do Distrito Federal.
De acordo com
O Globo, as investigações indicam que a Belcher forneceu propostas fictícias em um processo de dispensa de licitação. A farmacêutica tem tido o apoio de empresários bolsonaristas, como Luciano Hang, do Grupo Havan, e Carlos Wizard, para viabilizar a venda de imunizantes.
Em março, Hang, Wizard e um dos sócios da Belcher, Emanuel Catori, chegaram a fazer uma transmissão ao vivo sobre a venda de vacinas para o Brasil.
Em depoimento à CPI da Covid no início de junho, o ministro da Saúde,
Marcelo Queiroga, disse que o país pretende comprar mais doses de outras vacinas contra covid-19 e citou a eventual aquisição do imunizante da CanSino.
"Estamos vigilantes em relação a essa questão das vacinas. Foi pleiteado na Anvisa um outro registro a um outro imunizante de origem no país da China, que é a vacina CanSino. Eles pleiteiam lá o registro emergencial. É uma vacina de dose única e que também interessa ao Programa Nacional de Imunização", disse ele, na ocasião.
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