O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.[fotografo]Jefferson Rudy/Agência Senado[/fotografo]
A Comissão temporária do Senado que acompanha os incêndios no Pantanal irá ouvir na próxima terça-feira (13) o ministro do Meio Ambiente,
Ricardo Salles. A audiência está marcada para as 10h. Salles deverá prestar esclarecimentos aos senadores sobre as medidas adotadas pelo governo para conter e prevenir queimadas no bioma, que se intensificaram desde o meio do ano.
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O colegiado propôs hoje inclusão do Pantanal no Conselho Nacional da Amazônia Legal até 2025. O órgão é comandado pelo vice-presidente
Hamilton Mourão. A proposta foi apresentada pela senadora
Simone Tebet (MDB-MS). Para ela, a mudança vai fortalecer o combate às queimadas com mais recursos e logística.
Ao final dos trabalhos, a comissão vai elaborar um projeto de lei com normas gerais de proteção ao bioma, o chamado Estatuto do Pantanal. No sábado passado, o grupo de senadores acompanhou o ministro Salles em um
sobrevoo em Corumbá, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, para avaliar os impactos das queimadas na região.
Boi bombeiro
Nesta sexta-feira (9), a comissão ouviu a ministra da Agricultura,
Tereza Cristina, que fez uma declaração controversa sobre o auxílio do gado no combate a incêndios. "Eu falo uma coisa que às vezes as pessoas criticam. O boi ele ajuda, ele é o bombeiro do Pantanal, porque ele que come aquela massa de capim, seja ele o capim nativo ou o capim plantado", disse a ministra.
Ela chamou a destruição do bioma de "desastre" e afirmou que a situação poderia ser contornada com um aumento da pecuária. "Aconteceu o desastre porque nós tínhamos muita matéria orgânica seca que, talvez, se tivéssemos um pouco mais de gado no Pantanal, isso teria sido um desastre até menor do que nós tivemos este ano. Mas isso tem de servir como reflexão do que temos de fazer", acrescentou.
A fala suscitou diversas críticas de especialistas e organizações. Em nota ao UOL, o Greenpeace disse que a fala é equivocada e desvia o foco dos mais responsáveis pela situação. "Se não tivesse ocorrido um desmonte da gestão ambiental no Brasil, a situação não teria chegado a este nível de gravidade. Temos um governo federal falhando deliberadamente no seu dever constitucional de proteger o meio ambiente", escreveu a gestora ambiental Cristiane Mazzetti.
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