Presidente do DEM, ACM Neto negocia fusão com o PSL[fotografo] Reprodução / Instagram/ACM Neto[/fotografo].
O presidente nacional do DEM, ACM Neto, disse nesta terça-feira (26) em entrevista ao
Congresso em Foco que o partido não vai punir os deputados que apoiarem
Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara.
"Se você me perguntar se vou fuzilar uma pessoa que está votando no Arthur Lira, não vou fazer isso. Agora, não é a posição do partido."
O DEM faz parte da aliança do candidato
Baleia Rossi (MDB-SP) e o principal articulador da campanha do emedebista é o presidente da Casa,
Rodrigo Maia (DEM-MG). Em conversa com deputados nesta terça no Rio de Janeiro (RJ), Maia reclamou que o DEM "corre o risco de sair como o partido da boquinha".
Perguntado pelo
Congresso em Foco se Maia chegou a cobrar uma posição mais forte com os dissidentes, ACM Neto disse: "não vou ficar expondo questões internas publicamente. As questões internas serão tratadas internamente no momento certo. Ponto".
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Alguns
deputados do DEM declararam voto a Arthur Lira, entre eles os cinco que representam a Bahia, estado do presidente do partido.
"Primeiro que as posições individuais de determinados parlamentares não significam a posição institucional do partido. Não existe regime de ditadura nem imposição dentro do Democratas, mas o partido tem claramente sua posição institucional, que é de apoio a candidatura do Baleia e de composição do bloco articulado pelo Rodrigo. Agora existem posições individuais que são bastante conhecidas desde o princípio desse processo", afirmou o ex-prefeito de Salvador e dirigente do DEM.
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Há uma guerra de versões sobre o tamanho do apoio a Lira na legenda. Aliados do alagoano falam que há de 17 a 20 deputados com o líder do PP. Já Rodrigo Maia diz que
há sete ou nove deputados que não vão votar no emedebista.
Na segunda-feira (25), Arthur Lira visitou Salvador (BA), onde recebeu o apoio dos cinco deputados do DEM do estado. Na capital baiana, o candidato a presidente da Câmara também conversou com o presidente do DEM.
"Recebi o deputado Arthur Lira primeiro porque faz parte da boa convivência da política que sempre exista diálogo. Haviam outros deputados presentes que ouviram a conversa, em nenhum momento se falou de apoio institucional do Democratas. O que falamos foi a respeito da ampla conjuntura, ele expôs as ideias dele e acabou. Até colega de Arthur Lira fui [na Câmara], qual o problema de receber? Eu não faço política sem conversar", afirmou ACM Neto.
Sobre a disputa no Senado, o político baiano está otimista com a candidatura de
Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
"Acho que a gente está muito bem encaminhado para ter uma vitória".
Entre os partidos que apoiam Pacheco está o PP de Arthur Lira. Questionado pelo Congresso em Foco se há influência da aliança do PP e DEM no Senado com a disputa na Câmara, ele negou. "Não, não tem canal, uma coisa é eleição no Senado, outra coisa é eleição na Câmara. São coisas totalmente distintas", disse.
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