Para o ministro, inconsistência nas investigações sugere denunciação caluniosa, obstrução à Justiça ou falso testemunho contra Bolsonaro[fotografo]Isaac Amorim/MJSP[/fotografo]
O escritório Sánchez Rios, que representa o ex-ministro
Sergio Moro, apresentou nesta quarta-feira (13) uma petição do Supremo Tribunal Federal (STF) em que solicita que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril seja divulgado na íntegra, por considerar que a divulgação integral caracterizara´ "verdadeira lic¸a~o ci´vica".
Veja aqui a íntegra da petição.
"O vídeo é de interesse público e a sociedade não pode ser privada de conhecer seu conteúdo. A divulgação do material, na íntegra, comprovará as afirmações do ex-ministro
Sergio Moro a respeito do presidente da República. Por se tratar de uma reunião oficial do Governo, a divulgac¸a~o integral do seu conteu´do caracterizara´ verdadeira lic¸a~o ci´vica, permitindo o escruti´nio de seu teor na~o so´ neste Inque´rito Policial mas, igualmente, por toda a sociedade", disse o advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios, em nota.
A defesa considera que o vídeo confirma integralmente as
declarações de Moro na entrevista coletiva de 24 de abril e no
depoimento prestado à Polícia Federal em 2 de maio. O senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e o deputado
Marcelo Freixo (Psol-RJ) pediram formalmente o fim do sigilo da gravação.
Caberá ao relator do inquérito, ministro
Celso de Mello, decidir se o vídeo será divulgado, podendo também definir se a divulgação ocorrerá na íntegra ou com edições, como defendem aliados do presidente. Por conter questões sensíveis de segurança nacional e de diplomacia, esse grupo defende apenas a divulgação da parte do vídeo que tem relação com a investigação.
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Moro tinha afirmado que o presidente
Jair Bolsonaro teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal, pedindo, inclusive,
troca na Superintendência do órgão no Rio de Janeiro. A suspeita é de que Bolsonaro teria feito esta cobrança a fim de proteger sua família de investigações em curso. Segundo o ex-ministro, a acusação poderia ser corroborada pelo vídeo do encontro ministerial ocorrido na semana em que ele deixou o governo.
Ontem (12), o presidente disse que o vídeo indicado por Moro era para ser destruído. "Numa
reunião ministerial sai muito coisa. Agora não era pra ser divulgado. A fita era pra ser inclusive destruída. Após aproveitar imagens para divulgação, ser destruída, não sei porque não foi", disse.
Hoje pela manhã, em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que não fará mais reuniões ministeriais do Conselho de Governo, que ocorrem quinzenalmente, e disse que passará a conversar individualmente com ministros para evitar "esse tipo de problema".
Congressistas do PSD, PL, Republicanos e PP ouvidos pelo
Congresso em Foco foram unânimes ao dizer que o vídeo não vai fragilizar a
relação que está sendo construída entre o governo e os partidos do bloco. A avaliação de todos os consultados pelo
site é que é cedo para avaliar o impacto do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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