Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
18/12/2018 | Atualizado às 13h08
Futura ministra promete combater violência contra LGBTs, mas critica "ideologia de gênero"
Ela afirma que os adultos ao redor não estavam atentos aos sinais de que algo não ia bem. "Me tornei uma menina triste. Antes dos abusos eu sentava no primeiro banco da igreja, cantava feliz, dançava. Depois, não cantava do mesmo jeito, não dançava. Virei uma criança retraída. Tinha pesadelos e gritava à noite", conta. "Quando cheguei nela [na escola], já estava destruída". Damares relata que o segundo abusador também era um pastor evangélico, que a acariciava e a beijava à força. Aos 24 anos, ela descobriu que os pais souberam dos abusos. A futura ministra reconheceu a foto do estuprador no jornal quando ele foi preso, acusado de violentar outra criança. A jovem começou a chorar e a mãe dela, apontando para o suspeito, disse que sabia que a razão era ele. "Não sei exatamente, eles devem ter flagrado ou eu devo ter dito algo enquanto estava sonhando. Eles descobriram, foram falar com ele, e ele fugiu", explica. Na época, a mãe de Damares foi orientada na igreja a orar e a não tocar no assunto com a vítima. "Trocaria anos de oração por um abraço ou uma conversa quando ela descobriu", desabafa. Para a futura ministra, aulas de educação sexual na escola podem ser um caminho para que as crianças aprendam quando pedir ajuda. "Se alguém tivesse me dito para gritar, eu teria gritado", diz. Damares, porém, compartilha da visão do presidente eleito Jair Bolsonaro: o assunto só deve ser tratado na escola com autorização prévia dos familiares da criança. "Sou a favor da educação sexual. Vou conversar com o Ministério da Educação sobre isso. Mas é preciso respeitar as especificidades de cada idade. E a família deve ser ouvida e consultada", ressalva. A futura ministra causou polêmica na última semana ao defender a criação de uma "bolsa-estupro", benefício concedido a vítimas que engravidem em decorrência do abuso e decidam manter a gravidez. O responsável pelo pagamento seria o estuprador, ou o Estado, até que se reconhecesse a autoria do crime. A proposta faz parte do Estatuto do Nascituro, projeto que tramita há anos na Câmara. Veja trecho do relato da futura ministra: "Fui abusada por dois religiosos. Da primeira vez, foi um missionário da igreja evangélica que frequentávamos na época, em Aracaju. Ele foi enviado de uma outra igreja para a minha cidade e ficou hospedado na minha casa. Chamo ele de 'falso pastor' porque era um pedófilo fingindo ser pastor. Ele foi às vias de fato comigo. Eu falo abuso, mas foi estupro. Foram várias vezes em um período de dois anos. Começou quando eu tinha seis anos e a última vez que o vi estava com oito. Uma das cenas que lembro bem é: eu estava dormindo no meu quarto, que era ao lado do de meus pais. Estava sonhando que segurava uma coisa quente e, quando, abri os olhos, estava segurando o pênis desse homem. Senti pavor, medo e dor. Da primeira vez que me estuprou, ele me colocou no colo, olhou na minha cara e disse: 'Você é culpada, você me seduziu, você é enxerida'. Ele dizia que seu eu contasse para o meu pai, ele o mataria." (veja a íntegra no UOL)Assessora de Magno Malta, pastora evangélica será ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos
Tags
LEIA MAIS
Câmara dos Deputados
Brasil pode ter alerta por SMS para desaparecimento de crianças
CONTAS DO GOVERNO
RELAÇÕES EXTERIORES
CONTAS DO GOVERNO