Presidente da Comissão de Segurança Pública acusa Flávio Dino de cometer crime de responsabilidade ao não comparecer após convocação. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O governador do Maranhão,
Flávio Dino (PCdoB), disse que irá processar
Jair Bolsonaro por usar dinheiro público para fazer propaganda política em período eleitoral. "Bolsonaro veio ao Maranhão com sua habitual falta de educação e decoro. Fez piada sem graça com uma de nossas tradicionais marcas empresariais: o guaraná Jesus. E o mais grave: usou dinheiro público para propaganda politica. Será processado", escreveu ele no
Twitter na tarde desta quinta-feira (29).
Em evento à tarde, sob gritos de "Fora, Flávio Dino" da plateia, Bolsonaro fez discurso inflado falando em erradicação do comunismo e o relacionando a regimes ditatoriais. "Se Deus quiser, brevemente estaremos [aqui] para comemorar a erradicação do comunismo no nosso Brasil."
Mais cedo, em uma parada não programada, Bolsonaro provocou aglomerações e, sem máscara, fez piada homofóbica ao tomar um guaraná Jesus, refrigerante cor-de-rosa de uma marca tradicional da região. "Agora eu virei boiola. Igual maranhense, é isso?", disse o presidente entre risos. "Guaraná cor-de-rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná aqui vira maranhense", completou.
O momento foi compartilhado em vídeo publicado no próprio Facebook de Bolsonaro, mas foi tirado do ar.
Pedido de desculpas
Em
live na noite desta quinta, Bolsonaro tomou alguns goles do guaraná e pediu desculpas pelo que chamou de brincadeira. "Fiz uma brincadeira. Se alguém se ofendeu me desculpa aí, tá certo?". Com uma camisa de um time de futebol, ele disse ter sido muito bem tratado pelos maranhenses.
Contrariando o protocolo, pelo qual os governadores são convidados a participar de atos do presidente da República na região, Bolsonaro não chamou Dino para acompanhar a inauguração de obras do governo federal no Maranhão. Foram cumpridas agendas nas cidades de São Luís e Imperatriz. Dino, do PCdoB, é visto como um dos principais nomes a despontar na corrida à Presidência em 2022.
Acompanharam o presidente na viagem os ministros das Comunicações, Fábio Faria; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; do Desenvolvimento Regional,
Rogerio Marinho; da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, além do senador
Roberto Rocha (PSDB-MA).
> Sob gritos de "Fora, Flávio Dino", Bolsonaro fala em erradicar o comunismo
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