[fotografo]Marcos Corrêa/PR[/fotografo]
O governo de
Jair Bolsonaro seria o responsável por liberar verbas para emendas parlamentares a aliados no Congresso Nacional, em um esquema de "Orçamento paralelo " que teria movimentado R$ 3 bilhões desde o final do ano passado. As afirmações são do jornal
'O Estado de S. Paulo' .
Segundo o jornal, por meio de ofícios encaminhados principalmente ao Ministério do Desenvolvimento Regional, os parlamentares indicavam à pasta onde gostariam de alocar valores, em montantes muito superiores aos R$ 8 milhões que tem direito anualmente em emendas parlamentares.
O ex-presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), teria direito a R$ 277 milhões, 34 vezes o seu valor anual, segundo reportagem. Também são citados os nomes dos deputados
Vicentinho Junior (PL-TO),
Ottaci Nascimento (SD-RR),
Bosco Saraiva (SD-AM),
Lucio Mosquini (MDB-RO) e da ex-deputada
Flávia Arruda (PL-TO), hoje ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, responsável justamente pela articulação com o Congresso.
Os ofícios mostram que deputados e senadores aliados do governo tinham como proposta preferencial alocar recursos em locais como a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (
Codevasf), para que a estatal liberasse, com mais facilidade, valores para a conclusão de obras e para a aquisição de máquinas como tratores, caminhões-pipa e escavadeiras. Nem sempre os valores iam para seus redutos eleitorais . Em alguns casos, aponta a reportagem, tratores eram adquiridos por valores 259% acima do valor de mercado.
Tais pedidos mostrariam um controle maior que o imaginado de parlamentares do
Centrão sobre o orçamento da União, uma vez que caberia apenas ao ministro da pasta,
Rogerio Marinho, organizar a destinação dos recursos.
Segundo o 'Estadão', em um primeiro momento nenhum dos parlamentares reconheceu participar do esquema. Após serem confrontados com os ofícios, reconheceram os pedidos.
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