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Congresso em Foco
31/10/2019 | Atualizado às 18h16
Segundo o líder do Psol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), a notícia crime que vai pedir a cassação de Eduardo Bolsonaro ao STF será protocolada ainda nesta quinta-feira (31) por todos os partidos de oposição. Já a ação no Conselho de Ética será oficializada na próxima semana. As duas representações terão como base o crime de responsabilidade contra o estado democrático de direito e a pregação do fechamento das instituições - o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional. "O AI-5 é exatamente isso. É a liquidação das instituições e do equilíbrio de poderes. É dar poder total ao Executivo, a centralização no ditador", explicou Ivan Valente, destacando que essa não é a primeira vez que o terceiro filho do presidente Jair Bolsonaro faz referência ao totalitarismo. "O deputado Eduardo Bolsonaro já falou que queria fechar o Supremo Tribunal Federal, semana passada falou que as manifestações democráticas do Chile aqui sofreriam intervenção militar e agora voltou a falar de um golpe de estado. Ele está repetindo isso. Então, agora vai responder no Conselho de Ética e no STF. Espero que o STF responda à altura esse atentado à democracia, esse desvirtuamento do exercício parlamentar e esse pedido para que voltemos ao AI-5", declarou. Os deputados de oposição ainda prometeram que, além de pedirem a cassação de Eduardo Bolsonaro, vão continuar lutando contra qualquer tentativa de autoritarismo. "A sociedade brasileira não vai ficar calada. Nós vamos reagir nas ruas e aqui no Parlamento", prometeu o líder do Psol. "Se o governo e o clã Bolsonaro insistirem em radicalizar, o povo brasileiro vai reagir em defesa da Constituição e da democracia e nós estaremos ao lado do povo em defesa das nossas instituições", acrescentou Molon. > "Ele é independente", diz Bolsonaro sobre fala de filho sobre AI-5 "Novo AI-5" A declaração de Eduardo Bolsonaro sobre uma possível volta do AI-5, o principal mecanismo de restrição à liberdade de expressão da ditadura militar brasileira, foi dada em uma entrevista publicada nesta quinta-feira (31) pela apresentadora Leda Nagle no Youtube. Na ocasião, o deputado avaliou os protestos que têm ocorrido em países como o Chile e disse que, se a esquerda brasileira radicalizar, será preciso dar uma resposta. "Vai chegar um momento em que a situação vai ser igual a do final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando executavam-se e sequestravam-se grandes autoridades, cônsules, embaixadores, execução de policiais, de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E a resposta, ela pode ser via um novo AI-5, via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como aconteceu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", afirmou. A declaração de Eduardo Bolsonaro tem sido criticada por membros da oposição e também direita. O presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, por exemplo, disse que "parece que não restam mais dúvidas sobre as intenções autoritárias de quem não suporta viver em uma sociedade livre" e ressaltou que "ameaçar a democracia é jogar o Brasil novamente nas trevas". > Volta do AI-5 defendida por Eduardo Bolsonaro é inconstitucional, diz jurista > Eduardo Bolsonaro acena com a volta de ditadura se Brasil repetir o ChileNós da oposição vamos pedir a cassação de Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética e acionar o STF. A apologia do filho do presidente ao AI-5, que significa o fechamento do Congresso e a perseguição de opositores, é um crime contra a Constituição e as instituições democráticas.
- Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) October 31, 2019
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