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Congresso em Foco
21/12/2018 | Atualizado às 18h10
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As bravatas não são novidade. Em dezembro de 2017, a cerca de dez meses do pleito que o consagrou nas urnas, Bolsonaro publicou vídeo em seu perfil no Facebook dizendo que, caso fosse eleito presidente, reduziria as verbas publicitárias para o Grupo Globo. No filmete, o então pré-candidato estava em frente ao seu gabinete na Câmara, em uma espécie de conversa com jornalistas. "Continuem fazendo o trabalho sujo de vocês. Quem sabe consigam emplacar o Lula em 2018. E daí vocês vão estar bem. Vão ter como negociar bem a dívida do BNDES, que ele está prometendo para vocês. Mas está prometendo também o controle social da mídia. Vocês talvez vão ficar felizes quando todos estiverem escrevendo para o jornal 'Granma', aquele jornaleco de Cuba que não serve nem para colocar na privada", afirmou, referindo-se ao impresso oficial do governo caribenho. Veja o vídeo: Há cerca de uma semana, em outra mensagem no Twitter no último dia 13, Bolsonaro também atacou os gastos com publicidade e patrocínio de órgãos do governo e afirmou que irá "rever todos os contratos" não apenas da Secom, mas também de órgãos como a Caixa Econômica e o Banco do Brasil. O relacionamento institucional do Executivo com as instituições financeiras é previsto em lei e também tem previsão orçamentária. Bolsonaro afirmou, na publicação, ter tomado conhecimento de que só a Caixa gastou R$ 2,5 bilhões com estes contratos, o que classificou como "um absurdo". O presidente eleito não deixou claro se "rever" significará cancelar os contratos ou reexaminá-los. Por meio de nota (veja a íntegra), a Caixa Econômica desmentiu a versão de Bolsonaro e disse que o valor é muito menor. "O orçamento com recursos do banco projetado para ações de publicidade, patrocínio e comunicação em 2018 foi de R$ 685 milhões, sendo realizado até novembro de 2018 (o valor) de R$ 500,8 milhões", esclareceu a instituição financeira, acrescentando que "as ações de comunicação do banco são voltadas para alavancagem de negócios, produtos e serviços e vêm sendo reduzidas desde 2016".Sinais A irritação de Bolsonaro - não só com parte da imprensa, mas também com determinadas estruturas de Estado - reforça a sinalização do governo eleito em favor da revisão de contratos em estatais e dos processos de privatização já iniciados pelo governo Michel Temer (MDB). Como este site mostrou em 20 de novembro, o "guru econômico" de Bolsonaro, Paulo Guedes, sacou sua carta branca para confirmar a criação da chamada Secretaria de Privatizações. A estrutura começará suas atividades em 2019, em data ainda não definida, e terá como objetivo central acelerar o programa de desestatizações. Escalado para chefiar o "superministério da Economia", que vai reunir as pastas da Fazenda, do Planejamento e de Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Paulo Guedes ainda não deu detalhes sobre o funcionamento da Secretaria de Privatizações. A estrutura será comandada pelo empresário Salim Mattar, proprietário da Localiza Hertz, uma das maiores locadoras de automóvel do país.Revisaremos diversos contratos e reavaliaremos o quadro pessoal da SECOM a fim de reduzir ainda mais o orçamento para 2020. Vamos mostrar, nesta e em outras áreas, na prática os benefícios da correta aplicação de recursos públicos.
- Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 21 de dezembro de 2018
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