Quando são levados em conta os votos totais, Lula segue na frente com 49%. Bolsonaro, 45%. Brancos e nulos, 4%. Os indecisos, 1%. Foto: Reprodução
Mais de 20% das interações nos debates no Twitter relacionados a Lula e Jair Bolsonaro são movidos por robôs- ou seja, contas automatizadas que simulam ser de pessoas reais, mas são operadas por máquinas. Foram analisados 5,4 milhões de tuítes.
As interações motivadas pela ação de robôs corresponderam a 22,1% das postagens no Twitter de perfis ligados ao campo da esquerda, alinhados ao PT; outros 21,9% à esfera de direita conservadora, ligados à Bolsonaro; e 16,1% ao campo do centro e 3,99% à centro-esquerda, mas sem predomínio de nenhum candidato em particular.
O levantamento foi realizado pela Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre 22 de junho e 23 de julho, e divulgado nesta quarta-feira (25).
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A pesquisa analisou postagens que compartilharam conteúdo relacionado aos presidenciáveis. O estudo não entrou no mérito se os candidatos têm alguma influência sobre o uso dos perfis
fake.
Para o professor Amaro Grassi, responsável pela pesquisa, o estudo é um primeiro alerta para a influência que robôs podem ter durante a campanha eleitoral. "A campanha nem começou, mas já temos um cenário bastante marcado por robôs. Podemos esperar nas próximas semanas uma atividade muito forte nesse sentido", disse.
O professor ainda alertou que a interferência das contas automatizadas não é exclusiva de nenhum campo político e está bastante disseminado, tanto no espectro da esquerda como no da direita. A FGV lançou, nesta quarta, um projeto para acompanhar a movimentação nas redes sociais durante o período eleitoral.
Segundo o diretor da FGV/DAPP, Marco Aurelio Ruediger, esse cenário comprova a importância das redes nesta campanha eleitoral.
"Não sabemos como isso vai se traduzir no processo eleitoral, mas estamos preparados para fazer alinhamentos entre o debate político nas redes e as propostas dos candidatos", afirmou.