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Congresso em Foco
07/08/2018 | Atualizado às 13h24
Fãs usam imagem de torturador para promover Bolsonaro
Apesar do longo tempo no Congresso, Bolsonaro ganhou fama nos últimos anos após demonstrar interesse em participar da corrida eleitoral e por se apresentar como solução aos políticos tradicionais, desgastados depois dos grandes escândalos de corrupção. Mas esses mesmos políticos de carreira não têm demonstrado tanta afinidade com o "mito dos pés de barro". A falta de apoio a Bolsonaro no Congresso ficou evidente quando o deputado disputou a Presidência da Câmara, em 2017, e amargou o último lugar, com apenas quatro votos. Ele sequer teve o voto do próprio filho, o também deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) - mas, neste caso, com direito a bronca no herdeiro, que estava fora do Brasil naquela ocasião. O parlamentar também concorreu ao posto em 2005 e 2011, ambas as vezes sem sucesso. Nas redes Conhecido por defender opiniões conservadoras, o ex-capitão do Exército atraiu seguidores em todos os cantos do país e seu nome começou a liderar pesquisas de intenção de voto. No último levantamento do Datafolha, em junho deste ano, Bolsonaro lidera o índice de intenção de voto (19%) no cenário sem o ex-presidente Lula, preso desde abril. O deputado conseguiu criar uma grande rede de apoio na internet. Em 2017, Bolsonaro foi considerado o parlamentar mais influente nas redes sociais, segundo levantamento da FSB Comunicação. No período analisado, que vai de 2 de fevereiro, início do semestre legislativo, a 31 de dezembro do ano passado, o deputado fez 709 postagens no Facebook, onde tinha 4,9 milhões de seguidores, e 973 no Twitter, com 834,7 mil seguidores. O presidenciável conseguiu com as duas plataformas, em números absolutos, um total de 21,47 milhões de interações, incluindo curtidas, comentários e compartilhamentos, segundo dados da pesquisa da FSB. Gênese Bolsonaro ingressou na vida política elegendo-se vereador do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão (PDC) em 1988. A primeira disputa ao Congresso foi em 1990 pelo mesmo partido. Na última eleição, em 2014, foi o deputado mais votado no seu estado, Rio de Janeiro, com 464.572 votos. O candidato à presidência aproveita o desgaste de partidos tradicionais, como o PT e PSDB, para fazer seu palanque. Orgulha-se de não ser alvo de qualquer investigação da Lava Jato e não estar envolvido em casos de corrupção, mas já foi alvo de outras acusações, principalmente por conta de suas declarações e condutas no parlamento. Em 2016, foi denunciado no Supremo por injúria e apologia ao estupro após ter afirmado que não estupraria a deputada Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece". No ano passado, foi condenado a indenizar a deputada em R$ 10 mil. O deputado também é recordista de processos no Conselho de Ética da Câmara, com quatro representações, conforme revelou o Congresso em Foco em agosto do ano passado. Sem filtros para ofender os colegas, o parlamentar já chamou Lula de homossexual, Dilma Rousseff de "especialista em assalto e furto" e disse que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deveria ter sido fuzilado durante a ditadura. Também já fez declarações de cunho racista. Em palestra no Rio de Janeiro no ano passado, Bolsonaro disse que, se eleito, acabaria com todas as reservas de terra indígena e de quilombolas. "Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Nem para procriador ele serve mais". Leia algumas propostas do deputado para as seguintes áreas: SEGURANÇA Uma das bandeiras mais defendidas pelo deputado é a da segurança pública. Bolsonaro escreveu alguns projetos na área, entre eles o PL 7.282/2014, que autoriza o porte de armas. "Poderá ser concedido porte de arma de fogo para pessoas que justificarem a necessidade para sua segurança pessoal ou de seu patrimônio", escreveu Bolsonaro. Na justificativa do projeto, o deputado diz que "o porte de arma de fogo é um direito a ser exercido por quem tenha real necessidade e atenda aos requisitos estabelecidos na legislação em vigor, sem exigências demasiadamente restritivas. Aqueles que forem contra, basta optarem por não portarem armas". A proposta autoriza o porte de arma para advogados, colecionadores, profissionais de mídia que atuam na cobertura policial, senadores, deputados, prefeitos, governadores e qualquer pessoa que justifique a necessidade para segurança pessoal. "Pelo direito à legítima defesa própria, de seus familiares e de seu patrimônio, peço o apoio de meus pares para que seja aprovada a presente proposição, obrigando aos marginais pensarem duas vezes antes de cometerem seus crimes, já que encontrarão resistência à altura de seus atos por parte das pessoas de bem, dispostas a enfrentá-los", escreve o deputado na proposta. Sugeriu também o PL 2.751/1992, que repassa um montante específico da verba de segurança pública para a construção de residências para uso dos integrantes da força de policiamento ostensivo. O PL 3.075/1997 autoriza o porte federal de arma de fogo aos congressistas. "Em face dos constantes deslocamentos a que os congressistas são obrigados, por força do exercício da função, é que vemos a necessidade de levarmos à apreciação dos ilustres pares a presente propositura", diz o projeto. Já o PL 8.176/2014 acresce inciso ao Código Penal, tornando hediondos os crimes cometidos contra as vidas de servidores da segurança pública e seus familiares. O deputado também propôs o PL 5.825/2016 que dispõe sobre as ações contraterroristas. "Não podemos nos apoiar no fato de que o Brasil não tem sido, aparentemente, alvo do terrorismo internacional para deixar de nos precaver contra essa ameaça", justifica no projeto. Neste ano apresentou o PL 9.564/2018, que estabelece a "excludente de ilicitude" nas ações de agentes públicos em operação sob intervenção federal. "O que se busca por meio do presente projeto são os anteparos necessários para que se garanta a devida segurança jurídica ao exercício da atividade policial", diz o texto. O projeto está aguardando parecer do relator na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado (CSPCCO). SAÚDE Além do PL 4.639/2016, que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna, conhecida como a "pílula do câncer", e do PL 1.127/2007, que institui a Semana Nacional da Saúde Masculina, o parlamentar sugeriu dois projetos para a área da saúde, ambos muito parecidos, especificamente para militares. O primeiro foi o PL 1.472/1991, que assegura o atendimento médico ambulatorial e hospitalar aos ex-combatentes. O segundo, o PL 2.712/2000, que dispõe sobre a assistência médico-hospitalar aos ex-combatentes que tenham participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial. EDUCAÇÃO A sua única proposta para a área foi o PL 2.332/1991, que estabelece redução de impostos federais nas cobranças de taxas, mensalidades e emolumentos nos estabelecimentos de ensino para famílias com mais de um filho: redução de 20% para o segundo filho, 40% para o terceiro filho e 60% para o quarto e seguintes filhos. O projeto foi apresentado em seu primeiro ano de mandato e está arquivado.Vice de Bolsonaro cogitou intervenção militar e chamou torturador de herói
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