O ministro da Economia Paulo Guedes afirmou que enviou recursos para uma offshore em paraíso fiscal para escapar dos impostos
O
PDT apresentou ao Supremo Tribunal Federal uma ação pedindo o afastamento do ministro da Economia,
Paulo Guedes. Na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), o partido alega que a permanência e Guedes no cargo pode "estorvar o bom andamento das investigações policiais" na
Operação Greenfield, que apura fraudes em aportes de fundos de pensão.
Segundo as investigações do Ministério Público Federal (
MPF), entre os meses de fevereiro de 2009 e junho de 2013, diretores e gestores dos fundos de pensão consorciaram com a BR Educacional Gestora de Recursos S/A, que tem entre seus associados
Paulo Guedes, "a fim de cometerem crimes de
gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas", ressalta a ação.
O MPF acredita haver "relevantes indícios de que, entre os meses de fevereiro de 2009 e junho de 2013", o hoje ministro tenha participado de " crimes de gestão fraudulenta ou temerária de instituições financeiras equiparadas (art. 4º da Lei 7.492/86) e emissão e negociação de títulos mobiliários sem lastros ou garantias (art. 7º, III, da Lei 7.492/86), relacionados a investimentos no FIP BR Educacional".
Na ação, o PDT pede que o ministro "seja afastado do cargo até a conclusão de todos os procedimentos investigativos nos órgãos de persecução penal, principalmente pela Força-Tarefa Greenfield".
Íntegra da ADPF
A defesa de
Paulo Guedes protocolou nos autos da ADPF 724 petição para informar à Suprema Corte sobre fatos gravíssimos ocorridos no âmbito da operação Greenfield, bem como para esclarecer as inverdades contidas no descabido pedido formulado ontem pelo PDT.
Em 2018, o MPF, por duas vezes, solicitou à CVM, a abertura de inquérito para apurar irregularidades na gestão dos fundos BR Educacional e FBGC, que receberam aportes de fundos de pensão.
Nas duas apurações, a CVM concluiu que não houve irregularidades, que os fundos foram lucrativos para os fundos de pensão e que, portanto, não havia nem sequer motivo para a abertura de inquérito.
Nas duas apurações, a CVM oficiou o Ministério Público Federal, no âmbito da operação Greenfield, encaminhando estas conclusões. A primeira vez em 2019, e a segunda em maio de 2020.
Causa perplexidade, porém, que o MPF não tenha juntado aos autos tais decisões que, claramente, constituem provas indiscutivelmente favoráveis à defesa de
Paulo Guedes.
Submeter desnecessariamente, por quase dois anos, o ministro da Economia a um inquérito instaurado para apurar fraudes inexistentes, que teriam ocorrido em fundos que deram lucro aos fundos de pensão, conforme apontou expressamente a CVM, é atentar contra a ordem econômica do país e a estabilidade das instituições democráticas.
Por fim, é extremamente leviano e irresponsável um partido político se utilizar de tais aleivosias para pedir o afastamento de um ministro de Estado.
Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, advogados de defesa.
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