Pesquisa mostra que aprovação de reformas é improvável em 2020[fotografo[Marcos Corrêa/PR[/fotografo]
Apesar de os indicadores econômicos apontarem para uma recessão, com o aumento do desemprego e do desequilíbrio fiscal e o encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB), os líderes do Congresso estão otimistas com a possibilidade de retomada da economia nos próximos meses. Eles não compartilham, porém, o mesmo entusiasmo quanto às chances de aprovação das
reformas tributária e
administrativa ainda em 2020.
> Exclusivo: Veja todos os documentos da reforma administrativa: de trocas de e-mails a notas técnicas

A expectativa dos principais líderes do Congresso sobre os rumos da economia e de outros temas legislativos é um dos destaques da mais recente edição do
Farol Político, publicação semanal de análise política do
Congresso em Foco, baseada em investigações científicas e apuração jornalística. O sentimento em relação às reformas e à economia como um todo é resultado de levantamento do
Painel do Poder, outra ferramenta deste site que, a cada três meses, antecipa tendências e mostra o humor dos principais líderes do Parlamento a respeito de temas políticos de interesse nacional.
O
Painel ouviu, desta vez, 70 deputados e senadores que exercem influência no Congresso, como líderes de bancadas, presidentes de comissões e de frentes parlamentares, entre os dias 14 e 20 de setembro. Cerca de dois terços dos líderes entrevistados consideram que o cenário econômico ficará igual ou melhor nos próximos 12 meses. O otimismo é puxado pelas perspectivas em relação à criação de emprego e renda (62,9%), a confiança do mercado (70%) e o desenvolvimento econômico (65,8%).
Os líderes ouvidos na pesquisa não atribuem a nenhuma das reformas grandes chances de aprovação em 2020. Na escala de 1 a 5, a percepção das possibilidades de aprovar a reforma tributária ainda neste ano tem média de 2,58, enquanto para a reforma administrativa ela não passa de 2,38.

Em julho, as chances de aprovação de um novo sistema tributário neste ano eram melhores, 3,4, mesma média verificada em março quando os líderes foram questionados sobre a chance de um acordo entre a Câmara e o Senado sobre o tema.
Zona de conforto
Para os analistas do
Farol Político, o governo
Bolsonaro entrou em uma zona de conforto¸ após uma trégua na frente econômica e uma melhoria no relacionamento na frente legislativa. Eles também consideram que o presidente se beneficia de certa naturalização da pandemia e da falta de construção de alternativas no campo da oposição - um cenário que favorece a expectativa mais otimista em relação à economia.
Um dos componentes dessa aproximação com o Congresso é a
formação de uma base parlamentar, costurada pelo Planalto, com o chamado Centrão, composto por congressistas de partidos de direita e centro-direita que buscam cargos e controle de orçamento em troca de apoio ao presidente da República.
O cenário, no entanto, pode mudar rapidamente. "Como será a reação da economia brasileira a partir do ano que vem dependerá muito da solução a ser dada à difícil equação [criação do Renda Cidadã] x [manutenção do teto de gastos]. O excesso de discursos e de manifestações a respeito contrasta com a escassez de alternativas concretas até o momento", diz trecho da análise do Farol Político.
Farol Político
A produção do
Farol está a cargo de
André Rehbein Sathler, doutor em Filosofia, economista formado pela UFMG e mestre em Comunicação Social e em Informática;
Ricardo de João Braga, economista e cientista político, com mestrado pela Universidade de Siegen (Alemanha) e doutorado pela Uerj; e
Sylvio Costa, jornalista e fundador do
Congresso em Foco, que tem mestrado em Comunicações pela Universidade de Westminster (Londres).
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Para ter acesso à íntegra desta edição do Farol Político e saber como os líderes do Congresso veem o governo, escreva para [email protected] ou ligue para (61) 98249-6222 (também funciona no WhatsApp).
Painel do Poder
Produzido com metodologia científica, o
Painel do Poder tem grande potencial estratégico para quem deseja desenhar cenários políticos e econômicos de curto, médio e longo prazo. As entrevistas foram feitas pelo
Congresso em Foco em parceria com a empresa Demodata.
A pesquisa antecipou em março de 2019, com grande antecedência, o que terminou ocorrendo com a reforma da Previdência: grandes chances de aprovação, ressalvados os pontos que afinal foram retirados do texto enviado pelo Palácio do Planalto. Também indicou que não havia clima para a aprovação de
Eduardo Bolsonaro para o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos (ele desistiu da disputa por falta de apoio) e a exclusão de pontos do chamado pacote anticrime.
Você também pode contratar para a sua organização uma pesquisa exclusiva ou uma apresentação dos principais achados do
Painel do Poder, num encontro com os profissionais que fizeram do
Congresso em Foco o mais influente veículo jornalístico nacional especializado em política.
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