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10/02/2017 | Atualizado às 21h07
A teoria clássica da comunicação ensina que as narrativas precisam estar baseadas em fatos para se legitimarem. Caso contrário, são discursos vazios, mera retórica. O governo de Michel Temer está rasgando esse primeiro mandamento de comunicação na sucessão de atos que contradizem o discurso oficial de que tudo se dá conforme os costumes republicanos e democráticos.
Quando o presidente informou à imprensa que aguardaria o sorteio do novo relator da Lava-Jato no Supremo para indicar o nome do sucessor do ministro Teori Zavascki, tudo indicava que o protocolo seria seguido. Mas aí, como um castelo de cartas desabando em sequência, a verdade por trás do discurso surgiu inequívoca.
O roteiro estava previamente escrito desde o vazamento da delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. No mundo digital pan-midiático de hoje, a "solução Michel" é evidente e está descrita no pedido de abertura de inquérito pelo procurador-geral Rodrigo Janot para investigar o ex-presidente José Sarney, e os senadores Renan Calheiros e Romero Jucá.
Some-se a isso a baixíssima credibilidade dos políticos perante a opinião pública brasileira e dá para se calcular o tamanho da crise política que paira sobre muitas cabeças. O enredo da novela é conhecido de todos e bombardeado maciçamente no noticiário - os senadores escolhidos criteriosamente para compor a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a promoção ao status de ministro para Moreira Franco, a indicação do ministro da Justiça, Alexandre Moraes, para a vaga de Teori no Supremo. O nome do sucessor de Moraes no Ministério da Justiça, ao qual está subordinada a Polícia Federal, será conhecido nos próximos capítulos. Aguardem.
Se a política é a arte de construir consensos, a comunicação transita na órbita de construção da legitimidade. Estudiosos afirmam que as narrativas produzem sentidos e constituem a realidade. Na vida real, precisam ser fundadas em fatos reais. Na sociedade atual, conectada em redes digitais, governantes precisam sobretudo de transparência. Sua falta faz mal à saúde de qualquer autoridade e é letal para governantes eleitos nas urnas.
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