Bolsonaro na partida de Jacksonville, nos EUA, em 10/03/2020. [fotografo]Alan Santos/PR[/fotografo]
Com os números atuais - 37% de ótimo e bom e 27% de regular -,
Bolsonaro seria reeleito. Claro que ainda faltam dois anos para a eleição, mas é bom ficar atento. Temos em 2020 mais de 100 mil mortos, e o PIB deve ter uma queda histórica próxima de 6%. Os dois anos que restam de mandato serão melhores ou piores do que a catástrofe atual?
Bolsonaro conseguiu uma vitória política. Consolidou em grande parte da sociedade a falsa contradição entre medidas sanitárias e defesa da economia. Duvida? Pegue a curva de geração de
empregos e de retomada da atividade econômica. O fundo do poço foi abril, a curva dos indicadores econômicos apontou para cima a partir de junho. Ele começou a subir. Coincidência?
O capitão está remontando seu governo. Sai o estridente
general Heleno e entra o habilidoso e discreto general Ramos. Sai o inexpressivo
major Vitor Hugo e entra o experiente
Ricardo Barros. Circula em
Brasília que mais substituições estão a caminho.
Pazzuelo e
Ricardo Salles estariam na fila das demissões. Restaria do núcleo tresloucado apenas o exótico
Ernesto Araújo. A
Lava Jato foi enquadrada. Restou a
Moro o papel de "mimimi".
O presidente está deitando e rolando em cima do
auxílio emergencial. Deu certo com
Lula, com 150 reais, com 600 não tem como dar errado. A popularidade vai embora quando o benefício acabar? É sempre uma hipótese. O lendário
ex-deputado Silvio Costa disse outro dia que o "povo fica grato sempre a quem deu a última ajuda".
Desde março está claro. Popularidade ou
Guedes? É um ou outro. O mundo é keynesiano. Bolsonaro nunca foi um liberal, se o tal mercado caiu nessa foi por absoluta ignorância histórica. O objetivo atual do Planalto é fechar a equação que coloque de pé o
Renda Brasil e sobre "uns trocados" para algumas obras. Se ainda der para manter o "Posto Ipiranga manco" como animador do mercado, melhor ainda.
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Atenção aos movimentos da
China. Foi o general
Geisel quem reatou relações com o gigante comunista em 1974, em plena
Guerra Fria. A esquerda alimenta uma visão romântica inocente com o Império do Meio. Esquecem que Mao também recebeu Nixon em Pequim em 1972. Os militares são pragmáticos. Os chineses também.
Mourão virou habitué entre eles.
Não existe oposição. Os "ex-70%" são uma fragRicmentação fictícia. Ninguém se entende para nada. Não é possível marcar um cafezinho entre os principais líderes dos partidos de esquerda - para nem falar da oposição liberal, que anda mal das pernas. Está interessante a disputa fratricida pela hegemonia da derrota. Haraquiri é pouco. Talvez, depois do desastre eleitoral iminente nas
eleições municipais, a esquerda se dê conta de que o povo lhe fez uma bela "lipoaspiração".
O negacionismo está na moda no campo progressista. Já apareceu de tudo para explicar a popularidade de Bolsonaro. Tem gente culpando a escravidão, a alienação do povo, a cultura judaico-cristã e até Calvino! Recusam-se a reconhecer que o Brasil quebrou nas mãos da esquerda com
Joaquim Levy na Fazenda e 12 milhões de
desempregados. Será que o povo não percebeu?
Espanta o discurso do campo progressista sobre os problemas brasileiros. É como se não tivesse sido governo durante 13 anos.
Reforma Tributária Progressiva! Por que não fez? A participação da indústria no PIB em 2020 é a mesma de 1910, uma tragédia. Poucos compreendem a necessidade de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. E para cuidar dos pobres, pode estar a caminho o Renda Brasil.
Qual a agenda da esquerda no dia em que sai o
Datafolha? A falta de educação de Romero Brito e a destruição de sua escultura. A ausência de conexão com as agendas reais do povo é objetiva, mas a turma anda preferindo lacrar nas redes a conversar com seu João e dona Maria. Nesta batida, é bom torcer para que a centro-direita tenha um candidato. Do contrário, pode dar reeleição no primeiro turno.
>Datafolha: aprovação a Bolsonaro cresce e é a melhor desde o início do mandato
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