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Marcus Pestana
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Marcus Pestana
07/03/2018 | Atualizado às 16h26
<< Câmara desobriga placa vermelha para Uber, Cabify e 99; regulamentação caberá a municípiosO ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem chamado atenção que talvez o maior desafio contemporâneo seja exatamente a combinação do avanço tecnológico com a garantia de emprego. O grande economista austríaco Joseph Schumpeter caracterizou esse fenômeno como um processo de inovação, destruição criadora e desenvolvimento. Há muitas ideias ingênuas, verdadeiras "utopias regressivas", que sonham com a calma de um estado quase estacionário, onde o equilíbrio seria resultado do congelamento das inovações. Tolo engano. A história da Humanidade é uma travessia de eternos desequilíbrios e conflitos determinando rupturas e avanços. O poder público tem o dever de assegurar um serviço de transporte que garanta a mobilidade (ônibus, metrô, táxi). Por razões urbanísticas, econômicas e ambientais, deve procurar eficiência para desestimular o transporte individual. A competição no capitalismo em todos os setores é a maior arma de defesa de consumidores, usuários de serviços, cidadãos. O sistema de táxi surge como uma das respostas para o desafio. É uma permissão concedida pelo poder público municipal. Os taxistas têm vantagens e desvantagens. Têm uma serie de obrigações contratuais. Por outro lado, usufruem de isenções tributárias e garantem maior agilidade utilizando as vias preferenciais de tráfego. Os aplicativos surgiram como solução na órbita privada, sem interveniência do poder público. Como tudo na vida, também têm vantagens e desvantagens. As instituições federais em Brasília têm, historicamente, um cacoete centralizador e paternalista, num Brasil continental, desigual, diverso. Há sempre a tentação de gerar soluções únicas que se tornam verdadeiras camisas-de-força para realidades díspares. Ao aprovar o relatório do deputado Daniel Coelho (PSDB/PE), a Câmara apostou corretamente na descentralização, no empoderamento do poder local, para regulamentar, nas condições concretas de cada cidade, com amplo debate social, a melhor solução. Os sistemas municipais são diferenciados. Alguns têm metrô, outros não. Alguns têm bons serviços de táxi, outros não. A decisão foi correta: nem impediu a inovação, nem lavou as mãos diante da necessária regulamentação dos aplicativos. Do mesmo autor:
<< A intervenção no Rio e os desafios na segurança pública << 2018 saúda o povo e pede passagem
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