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Paulo José Cunha
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tomou ou não tomou?
Bolsonaro é maior. E vacinado!
"Se não tivesse se vacinado, Bolsonaro teria enorme orgulho de exibir o cartão com a informação de que não tomou a vacina"
21/02/2023 | Atualizado às 10h24
Nos computadores, tudo deixa rastros
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, confirmou que existe o registro de vacinação contra a covid-19 no cartão de Bolsonaro. Resta saber se o dado é real ou se o cartão foi adulterado. Para quem entende minimamente de TI (Tecnologia da Informação), como é o meu caso, parece simples, até pueril ir ao sítio onde está guardado virtualmente esse cartão e verificar se alguma alteração foi feita nele recentemente. Pois tudo, rigorosamente tudo o que é feito com qualquer documento guardado em computador ou arquivo virtual de dados - como este artigo que estou escrevendo aqui - ganha uma data. E toda vez que eu voltar a ele e modificá-lo de alguma forma, a data da modificação ficará registrada. Se é assim para o comum dos mortais como eu e você, muito mais rigoroso esse controle em se tratando da mais alta autoridade do país e de um site da importância do Conect-SUS, não é? Se houver mesmo a disposição e as condições para o exame isento do documento virtual por técnicos independentes, será possível esclarecer em segundos se o lançamento da vacina em Bolsonaro foi feita mesmo e em que data. Um amigo que vem há anos se dedicando ao estudo dos ambientes virtuais me lembrou que uma informação armazenada para ser gerada dinamicamente sob demanda num site como o do Conect-SUS, os dados ficam guardados num sistema gerenciador de banco de dados (SGBD), que conta com diversas medidas de segurança. Apesar de sempre ser possível a um hacker "de ponta" alterar dados num SGBD, esses dados são muito bem protegidos e guardados de forma criptografada, pra evitar invasões. Nas palavras desse amigo, "é muito difícil hackear um sistema assim, gerenciado profissionalmente, e praticamente impossível fazer isso sem que rastros e pegadas sejam deixados pelo caminho". Se as pegadas dos eventuais hackers forem recentes, dará para desconfiar da veracidade da informação sobre a vacinação de Bolsonaro. Mas se forem pegadas antigas, Bolsonaro já era. O que parece e sempre pareceu muito claro é que capitão tomou a vacina. Mas não quer que ninguém saiba disso, razão pela qual impôs sigilo de 100 anos ao próprio cartão de vacinação. Como anotou o jornalista Thales Faria, "Bolsonaro mente porque teme que isto resulte numa prova decisiva para um eventual processo responsabilizando-o pelas centenas de milhares de mortes na pandemia. Se ele, como presidente da República, atuou para que as pessoas não se vacinassem, sabendo que esta era a forma de se proteger - tanto que ele próprio se vacinou - então pode ser acusado de ter-se utilizado de má-fé".O sigilo é a melhor prova de que aí tem...
Por enquanto, segundo o ministro disse em entrevista à CNN Brasil, "esse registro (da vacinação de Bolsonaro) existe". A carteira de vacinação dele, que se posicionava aberta e irresponsavelmente contra a vacina, dando um péssimo exemplo à nação e contribuindo criminosamente para as quase 700 mil mortes pela covid, está passando por uma avaliação da CGU, que examina a suspensão do sigilo imposto ao documento. Agora, leitor ou leitora, chegue aqui mais perto, só entre nós: por um simples raciocínio lógico é possível depreender que Bolsonaro, em vez de esconder esse cartão, teria era um enorme ORGULHO em exibi-lo com a informação de que NÃO TOMOU A VACINA! Agora, se impôs o sigilo, se quer manter escondido o documento por um século, então é porque não quer se desmoralizar e se auto-incriminar por ter recomendado o uso de placebos como a cloroquina enquanto se vacinava. Aí, meus compadres e minhas comadres, isso caracteriza... crime! Crime hediondo, contra a humanidade. Esse sigilo de 100 anos significa alguma coisa, é ou não é? Como se diz em qualquer boa roda de boteco: aí tem... Ah, tem! O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do Congresso em Foco. Se você quer publicar algo sobre o mesmo tema, mas com um diferente ponto de vista, envie sua sugestão de texto para [email protected].Temas