Um cenário de otimismo cauteloso para o governo e o Brasil em 2025

O Brasil e o governo brasileiro atravessam um momento de relativa estabilidade em meio a um cenário global marcado por incertezas e polarizações. Apesar da polarização política, que ainda é visível no país, e mesmo diante de uma oposição que se concentra quase exclusivamente na defesa de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro de 2023, internamente, o governo tem conseguido manter a governabilidade e aprovar suas principais pautas no Congresso, como a reforma tributária e políticas sociais. Para este ano, as prioridades legislativas incluem a regulamentação dos supersalários no serviço público, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000,00 a PEC da Segurança Pública, a regulamentação das redes sociais, a reforma da previdência militar e questões trabalhistas, como a negociação coletiva no serviço público. Felizmente, há setores de centro e direita que apoiam o governo em temas relevantes, garantindo maior estabilidade política.

O Poder Judiciário tem cumprido seu papel como guardião da Constituição, punindo exemplarmente os responsáveis por atos antidemocráticos, o que reforça a solidez das instituições e contribui para um ambiente político mais seguro. Essa postura firme é essencial para o avanço de reformas e para a atração de investimentos.

No campo econômico, apesar de uma política monetária restritiva, com juros elevados e dólar valorizado, o Brasil tem mantido o mercado de trabalho aquecido e a inflação sob controle, graças a programas de transferência de renda e medidas de estímulo. Entre as iniciativas que já injetam e continuarão injetando recursos na economia neste e no próximo ano estão o "pé de meia", o consignado para trabalhadores do setor privado, a liberação do FGTS para quem fez saque-aniversário, a antecipação do 13º salário para aposentados, a expansão do Minha Casa, Minha Vida para a classe média, o programa Desenrola para pequenos produtores rurais e a isenção de IR para rendas de até R$ 5.000. A previsão é de um crescimento do PIB de 2,3% em 2025, com inflação próxima do limite superior da meta e um possível superávit primário, indicando controle das contas públicas.

No entanto, os maiores riscos para o Brasil vêm do cenário externo, particularmente das ações do presidente dos EUA Donald Trump, que adota uma política irracional de tarifas contra os exportadores. No plano político, um eventual apoio de Trump a aliados brasileiros em processos judiciais ou uma postura contrária à regulamentação das big techs poderia tensionar mais fortemente as relações entre os dois países. Economicamente, as supertarifas impostas por Trump já afetam o comércio global, mas o Brasil sofre menos que outros países devido à sua diversificação de mercados. Além disso, a guerra comercial entre EUA e China pode beneficiar o agronegócio e a mineração brasileiros, com aumento das exportações.

Nesse contexto, o setor de infraestrutura surge como uma das maiores oportunidades para o país. O Brasil é a décima maior economia do mundo, mas ocupa apenas a 50ª posição em infraestrutura, o que indica um enorme potencial de crescimento. Investimentos em logística, energia e transportes são urgentes para atrair cadeias produtivas globais e melhorar a competitividade. A engenharia nacional tem um papel estratégico nesse processo, com projetos capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico e gerar empregos.

Diante desse cenário, o Brasil pode encarar 2025 com otimismo cauteloso. A governabilidade mantida, o Judiciário atuante, a economia em crescimento e as oportunidades no setor produtivo criam condições favoráveis para avanços. Os riscos externos exigem atenção, mas a capacidade do país de se adaptar e aproveitar novas oportunidades especialmente no agronegócio e na infraestrutura reforça a perspectiva de um ano positivo. Cabe ao governo, ao setor privado e à sociedade trabalharem juntos para consolidar essa trajetória.

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