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Lydia Medeiros
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Lula constrange Marina
A fala de Lula constrange a ministra e abala a imagem do país às vésperas da COP30. Se o governo considera imperativo explorar mais petróleo, deveria explicar técnica e politicamente suas razões
15/02/2025 | Atualizado às 10h37
O presidente embalou mal sua defesa da busca por petróleo no litoral da Amazônia, palco da COP30. Talvez seja preciso chamar o marqueteiro Sidônio Palmeira para construir um discurso melhor do que a crítica aos órgãos técnicos. Há bons argumentos disponíveis e até já citados por Lula, como o financiamento da transição energética. No entanto, caem por terra quando o presidente, em visita ao Amapá, terra do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, resume o assunto a ataques ao Ibama.
As falas de Lula colidem com a ideia de potência ambiental que o Brasil vem vendendo ao mundo, em COPs e em fóruns como o G20. É um título justo: o país tem quase metade da sua matriz energética composta de fontes renováveis. A matriz elétrica é mais de 80% limpa. Em transição energética, o Brasil se destaca entre os doze mais dinâmicos, lidera entre os emergentes e latinoamericanos e fica na terceira posição no G20, ressalta o Fórum Econômico Mundial em relatório divulgado em julho.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, à qual o Ibama é subordinado, disse em nota dias atrás que não cabe a ela exercer qualquer influência sobre as decisões do órgão. Se fosse assim, explicou, não seriam decisões técnicas. Segundo Marina, de acordo com a lei, o ministério e o Ibama "não dificultam em facilitam" a obtenção de licenças, mas cumprem a lei, porque "é assim que funciona um governo republicano".
A fala de Lula constrange a ministra e abala a imagem do país às vésperas da COP30. Se o governo considera imperativo explorar mais petróleo, deveria explicar técnica e politicamente suas razões. Debates com jeito de redes social não vão funcionar nesse caso - como também não deram certo com o Banco Central.
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