O comentário de Beth Veloso veiculado originalmente no Papo de Futuro, da Rádio Câmara, com Paulo Triollo:
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Cyber ataques, guerra cibernética, espionagem virtual, ataques em massa, ciberterrorismo. Quem achava a casa o lugar mais seguro do mundo, pode começar a se esconder embaixo da cama. Pelo menos foi essa a conclusão a que chegamos na semana passada, durante diversificado debate sobre internet e uso responsável, do qual participei na sede do jornal
Folha de S.Paulo, na capital paulista.
A mesma internet que serve para disseminar dicas de saúde por meio do aplicativo Tá na Hora, no projeto premiado pela
Folha e a rede de empreendedores Ashoka, pode servir também para destruir uma vida, no caso da ativista Rose Leonel, que criou a ONG Marias da Internet, para proteger mulheres que foram vítimas da chamada "vingança pornô", como ela.
O debate, disponível no link abaixo, mostrou que a rede é neutra, e o que importa é o que fazermos dela e não é fácil constatar que os casos de violação de direitos, como pedofilia ou ciberbullying são cada vez mais frequentes. A rede cresce, é claro, e com isso a sua visibilidade, o impacto das notícias e a rentabilidade de quem fatura com a desgraça dos outros ou o lado negro da alma humana, que existe em cada um de nós. Assim, o cotidiano da internet se parece cada vez mais com o nosso cotidiano, cheio de predadores, muitos aborrecimentos, um embate diário de ideias, de confrontos, e ainda a luta por um pouco de privacidade.
[caption id="attachment_297485" align="alignright" width="390" caption=""Civilizar a internet também é possível", afirma colunista"]
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[fotografo]Reprodução[/fotografo][/caption]Civilizar a internet também é possível, para que possamos decidir qual é a internet que queremos, pelo menos nas convenções sociais, e a educação e regulação são uma fórmula nada secreta para dar musculatura institucional à rede. Rodrigo Nejm, diretor da SaferNet, fez brilhante discurso afirmando que ninguém deve se acovardar perante os desafios na rede e que denunciar é preciso. Por outro lado, Kamila Brito protagoniza o projeto Barco Hacker, para levar letramento digital nas margens do Rio Amazonas, mostrando que a rede só cresce se for usada e que, antes da educação, tem o desafio do acesso!
Enquanto discutimos leis para proteção de dados e privacidade, metade do Brasil ainda está no apagão digital. Mas é claro que regulamentação e infraestrutura podem andar de mãos dadas. O debate Diálogos Transformadores, ancorado pela jornalista Eliane Trindade, colunista da
Folha com a Rede Social, deixa um sabor de quero mais e mostra que não há melhor lugar no mundo para empreender do que a própria internet, mas ali também é o ambiente do aprendizado, seja pela cartilhas do CGI, Comitê Gestor da Internet sobre segurança na rede, dê apenas uma busca e irá encontrá-las, seja por meio de uma "cultura" persistente e cansativa sobre segurança e consciência para uma comunicação cidadã, ainda que digital.
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Coluna produzida originalmente para o programa Papo de Futuro, da Rádio Câmara. Pode haver diferença entre o áudio e o texto.
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