O presidente do Congresso, senador
Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje que não houve interferência do Judiciário nas decisões do Legislativo. A polêmica foi levantada pelos parlamentares por conta das decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que atrasaram o processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP) no Conselho de Ética da Câmara.
"Eu não considero interferência, porque o Supremo está cumprindo o seu papel. Quando o Supremo mandou instalar a CPI dos Bingos, ninguém entendeu como interferência, entendeu como um direito da minoria" afirmou Renan. Mesmo assim, o senador disse que vai tentar acalmar os ânimos entre os dois poderes. "Vou trabalhar para minimizar a crise, para tornar mais harmônica a relação com os outros poderes", garantiu.
Hoje, o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que a crise está deixando de ser política e tende a virar uma crise entre os poderes. "Respeito o STF, mas acho que é preciso conversar. As coisas chegaram a uma situação quase insustentável. A crise está deixando de ser política e está virando entre os Poderes, e isso é muito complicado para o Brasil."
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), alertou que, se Dirceu não for cassado pela Câmara, todos os outros parlamentares acusados de envolvimento no mensalão ficarão mais confiantes na absolvição, o que ele considera um fato grave para a democracia. "Está aberto um perigoso caminho que poderá desembocar em uma aliança da impunidade", defendeu.