Sorteado como relator, Dias Toffoli negou o prosseguimento da notícia-crime apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o ministro Alexandre de Moraes. Foto: Nelson Jr./STF
Em uma ação inédita, a Polícia Federal enviou ao
Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de abertura de inquérito envolvendo o ministro da corte
Dias Toffoli. O pedido tem como base uma delação premiada feita pelo ex-governador do Rio de Janeiro,
Sergio Cabral (MDB), que acusou o ministro de integrar um esquema de venda de sentenças. A informação foi divulgada pela
Folha de S. Paulo.
Segundo o ex-governador, Toffoli teria recebido R$ 4 milhões para favorecer duas prefeituras do estado do Rio de Janeiro. Tais valores seriam dados em troca de julgamentos enquanto Toffoli compunha o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O pedido pode ser recusado pela suprema corte, mas inflama bases bolsonaristas, que enxergam no STF um impeditivo do poder presidencial. Dias Toffoli foi o presidente do STF nos primeiros dois anos do governo de Jair Bolsonaro, e cultiva publicamente boa relação com o presidente da República.
A assessoria do ministro disse que Toffoli não tem conhecimento dos fatos mencionados e afirmou que jamais recebeu os valores ilegais. "O ministro refutou a possibilidade de ter atuado para favorecer qualquer pessoa no exercício de suas funções", escreveu.
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