O líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho (PB).
[fotografo] Agência Câmara [/fotografo]
O líder do DEM na Câmara,
deputado Efraim Filho (PB), disse ao
Congresso em Foco que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, prefere não ser protagonista de uma polarização política com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
"Tenho certeza de que ele está fazendo de tudo, procurando ser o mais discreto possível para não polarizar com o presidente", disse Efraim.
> Onyx será chamado pelo Senado para explicar demora no auxílio emergencial
Esta semana, numa intenção de unificar as narrativas, o governo suspendeu as coletivas diárias do ministro da Saúde e de técnicos da pasta sobre ações de combate ao novo coronavírus e as substituiu por coletivas gerais no Palácio do Planalto. Na visão do líder, a mudança na estrutura das coletivas é secundária. Ele considera que faz pouca diferença para Mandetta se a coletiva é exclusiva do Ministério da Saúde ou se tem a presença de outros ministros.
"Não tenho dúvidas de que Mandetta fará de tudo para sair das páginas políticas para voltar às páginas de saúde", disse o deputado.

Para Efraim, uma eventual saída de Mandetta do cargo só seria provocada se lhe fosse retirada a "carta branca" para
defender as posições que ele acredita, baseadas na ciência e na medicina.
O partido não entende que houve rebaixamento do ministro. "É vontade do próprio Mandetta sair dos holofotes e poder cuidar da parte técnica do ministério", disse.
Nos últimos dias, o presidente Bolsonaro tem se aproximado do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, e do ex-ministro da Cidadania,
Osmar Terra, fato que foi citado por alguns jornais como possível indicação de afastamento de Mandetta.
Efraim acredita que, apesar de divergências nas posições adotadas pelo ministro, o presidente Bolsonaro deve preservá-lo durante a crise, pois
eventual afastamento neste momento seria péssima notícia para o Brasil.
"Mandetta tem do Democratas apoio total, absoluto e irrestrito. A decisão dele será a nossa. Se a decisão do Mandetta foi ficar, teve o nosso apoio. Se amanhã for divergir, também terá o apoio do Democratas", completou.
Filiado ao DEM, Mandetta foi deputado federal por dois mandatos, mas não é tido como indicação do partido, e sim parte da cota pessoal do presidente.
> Congresso só não se afastou definitivamente de Bolsonaro por causa da crise do coronavírus, diz Maia