[fotografo]Pedro França/Agência Senado[/fotografo]
Após se reunir com o presidente
Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (28) no Palácio do Planalto, o presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), ouviu de colegas elogios à sua postura de diálogo e ao esforço de mediar conflitos com o Executivo. Depois de investidas frustradas do presidente da Câmara, Alcolumbre, que também é presidente do Congresso Nacional, tem tentado dialogar mais com o presidente.
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O líder do Podemos,
Alvaro Dias (PR), apelou que seja estabelecido um prazo para a busca de entendimento entre os três Poderes. "É preciso que entendam que há um limite para as agressões reiteradas para as instituições democráticas", disse.
Na mesma linha, o senador
Randolfe Rodrigues (Rede-AP) saudou os esforços de Alcolumbre, mas afirmou que em determinado momento será necessário dizer ao presidente que ele não poderá avançar mais.
"O senhor presidente da República tem sido o principal fator de desestabilização do país", disse, condenando a postura do chefe do Executivo. "De segunda à sexta fica fazendo política em cima de cadáveres e no domingo ele faz comício rompendo com o isolamento social". Ele também criticou a gestão da crise sanitária, afirmando que o Brasil está como "uma nau desgovernada".
As falas foram seguidas por outros líderes. A senadora
Eliziane Gama (MA) defendeu ações concretas. "O Congresso Nacional precisa ter uma ação mais firme, mais enérgica, sob pena de a gente ver ser instaurada no nosso país uma ditadura, um golpe de Estado", disse ela.
"Vossa Excelência não pode tentar apagar incêndio toda semana. É preciso que a gente tome alguma providência antes que seja tarde demais", disse o líder do PT,
Rogério Carvalho (SE).
A deputada
Soraya Thronicke (PSL-MS), aliada do presidente, também louvou o esforço de Alcolumbre em buscar a harmonia entre os Poderes. "A sua voz vai ecoar sim e vai surtir efeito", disse ela.
Alcolumbre agradeceu as manifestações dos senadores e disse que "A fé é a esperança nas coisas não vistas. Vamos com muita fé trabalhar pelo Brasil". Ele não forneceu detalhes sobre a reunião com o presidente Bolsonaro.
O
Congresso em Foco apurou que a conversa desta tarde entre os chefes dos dois Poderes foi para discutir as
recentes ações do Supremo Tribunal Federal em direção a aliados do presidente. Bolsonaro escalou no tom contra o STF após decisões envolvendo seus auxiliares e aliados políticos. "Chega, porra!" e "ordens absurdas não se cumprem" foram algumas das
expressões usadas pelo presidente nesta quinta.
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