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Congresso em Foco
01/11/2018 | Atualizado às 20h10
Das 123 fake news encontradas por agências de checagem, 104 beneficiaram Bolsonaro
No vídeo, Bolsonaro afirma que o livro é "uma coletânea de absurdos que estimula precocemente as crianças a se interessarem pelo sexo". Em nota, o Ministério da Educação (MEC) afirmou diversas vezes que não produziu, nem adquiriu ou distribuiu a obra e esclareceu que a publicação é estrangeira e traduzida em dez idiomas. Mesmo assim, o presidente eleito continuou a falar de kit gay no término da campanha e seus primeiros discursos após o anúncio de sua eleição.
Mudança de posição A pesquisa chegou a conclusões semelhantes em relação a outras quatro notícias falsas compartilhadas. Segundo a pesquisa, 98,21% dos eleitores de Bolsonaro entrevistados foram expostos a uma ou mais mensagens com conteúdo falso. Conforme a sondagem, 40% das pessoas ouvidas disseram ter mudado de posição nas últimas semanas de "oposição ou com dúvidas sobre" Bolsonaro para "decididos" ou "considerando votar" nele. Isso no mesmo período em que essas notícias falsas atingiram o ápice de popularidade nas redes. Outra fake news que ficou entre aquelas em que os eleitores de Bolsonaro mais acreditaram está a que dizia que haveria fraude nas urnas eletrônicas. Para 74% dos seguidores dele, essa informação era verdadeira. Outra notícia falsa que confundiu os apoiadores de Bolsonaro foi a que atribuía a Haddad a defesa da prática do incesto e da pedofilia (74,6%). Entre os eleitores do petista, apenas 9,8% consideraram que a informação era verdadeira. Também enganaram os seguidores de Bolsonaro o texto que dizia que o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) seria o ministro da Educação em um eventual governo petista e a que relatava o pagamento de R$ 600 milhões a duas revistas para difamar o capitão reformado do Exército. Impacto negativo De acordo com a pesquisa, os brasileiros têm clareza absoluta sobre o impacto negativo das fake news durante as eleições. Quase 80% dos entrevistados acham que as plataformas de redes sociais deveriam enviar correções das notícias falsas após a verificação de fact-checkers independentes. O levantamento mostra que 29% dos entrevistados estão muito preocupados com a difusão de notícias falsas; 31% estão preocupados, mas 40% não têm nenhuma preocupação a respeito. Embora as redes sociais influenciem cada vez mais as eleições, a TV ainda é o meio de comunicação mais utilizado pelos eleitores para se informarem (52%). Em segundo lugar aparecem sites dos jornais e portais (51%). Na sequência, Facebook (29%), YouTube (22%), WhatsApp (15%), veículo impresso (12%) e Twitter (5%) foram as outras fontes mais utilizadas pelos entrevistados para se informarem sobre as eleições. Para o fundador e CEO da Avaaz, Ricken Patel, o Facebook e o WhatsApp precisam tomar medidas urgentemente para impedir que eleições sejam fraudadas com notícias falsas. "Não podemos deixar que a criptografia do WhatsApp seja uma "terra de ninguém" para atividades criminosas. Ativistas pela democracia em países autoritários usam aplicativos mais bem encriptados como o Signal. No mínimo, o WhatsApp deveria ter como padrão uma 'proteção contra a desinformação', dando aos usuários a opção de protegerem suas democracias e a si mesmos das fake news. Outras eleições se aproximam, como nos EUA, Índia e Europa; Zuckerberg tem semanas, e não meses, para tomar uma atitude", afirmou.Eleições e desinformação: de olho nas fake news
Detalhe dos principais resultados da pesquisa: Histórias que Haddad implementou um "kit gay"Tags
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