PT pediu a retirada de outdoors com ofensas a Lula e a responsabilização de seus contratantes ao TSE, que veda a prática. Foto: Ricardo Stuckert
Após uma semana de agenda cheia na capital federal, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva encerrou o tour em Brasília nesta sexta-feira (8). Em negociações e conversas com partidos da base centro-esquerda e esquerda, o petista ainda não confirma sua candidatura à próxima corrida presidencial,
apesar de ter confirmado em junho, à revista Paris Match, que seria candidato. Segundo ele, a oficialização só virá em 2022.
"Eu ainda não me coloquei como candidato. Eu ainda não decidi porque eu vou decidir no momento adequado. Só confirmo minha candidatura em 2022. Eu vou conversar com todo mundo", disse.
Lula aparece como a principal cotação eleitoral para presidência da República nas últimas pesquisas eleitorais. No primeiro turno, o ex-presidente abre vantagem de 21 pontos percentuais sobre
Jair Bolsonaro(sem partido). Em um eventual segundo turno, Lula vence o atual presidente com 55% contra 30%, segundo pesquisas mais recentes.
Em Brasília, o ex-presidente se reuniu com partidos, aliados e políticos que estudam a volta ao Legislativo. Entre eles, Pros, PSB, PCdoB, PSDB, Rede e Psol. Na última quarta-feira (6), foi oferecido um jantar pelo ex-senador
Eunício Oliveira (MDB-CE) com a cúpula do MDB. Apesar da aproximação, Lula afirma que ainda não há indícios de aliança. Segundo ele, o momento atual será de conversas. "Todos os partidos têm direito a ter candidato à Presidência da República."
O petista ressaltou que deverá conversar com mais frentes partidárias, empresários e demais representantes da sociedade. Em conversa com os jornalistas, ressaltou o desejo de deixar a operação
Lava Jato para trás.
"Não vou discutir Lava Jato. Na minha vida acabou.", disse aos jornalistas.
Questionado sobre a possibilidade de uma terceira via na corrida presidencial, Lula disse que a campanha será focada em Bolsonaro e, se confirmado, ele próprio. Mas que considera importante ter novos caminhos. "Eu não tenho problema em relação a isso. Podem ter quantas vias quiserem, eu acho muito importante".
Em terceira via, o ex-presidente comentou sobre as vaias a Ciro Gomes nos últimos atos promovidos contra o presidente Jair Bolsonaro. Lula afirmou que não irá responder sobre as "ilações" do pedetista.
"Eu acho normal [que ele critique]. Se ele quiser ganhar as eleições, tem que criticar o Bolsonaro e criticar a mim porque senão ele não vai a lugar nenhum", disse Lula.
Sobre a ausência nas manifestações, o petista afirmou que ainda não esteve presente nas ruas por uma questão de "responsabilidade". Segundo ele, mesmo com as duas doses da vacina, ainda é arriscado. Outro fator que o tem impedido é não tentar transformar o movimento Fora Bolsonaro em um ato "político".
"Não queria e não vou contribuir para transformar atos em atos políticos porque a hora que eu subir no caminhão estará subindo o primeiro colocado em todas as pesquisas de opinião pública que pode ganhar no 1º turno. Quando eu subir no caminhão, não desço mais", disse. Lula afirmou que ainda avalia a possibilidade de participar dos atos marcados para o dia 15 de novembro.