Servidores do Banco Central (BC) temem que aprovação da PEC que o transforma em empresa pública fragilize a instituição. Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O
Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (27) trouxe a
exoneração do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra Fernandes. O mandato do diretor se encerrou no dia 28 de fevereiro, mas ele ocupava o cargo de maneira interina enquanto o presidente
Lula (PT) não nomeava um substituto.
De acordo com o DOU, a exoneração ocorreu na sexta-feira (24) a pedido de Fernandes. O novo responsável pela Diretoria de Política Monetária deverá ser Rodolfo Fróes, escolhido pelo ministro da Fazenda,
Fernando Haddad. A indicação de Fróes ainda precisa ser formalizada pela Fazenda e aprovada pelo Senado Federal.
A saída do diretor de Política Monetária ocorre em um momento de tensão entre a instituição financeira e o governo federal. O presidente Lula tem travado uma batalha contra o presidente do BC,
Roberto Campos Netos, por conta da política de juros adotada pela instituição. A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 21 e 22 de março, manteve a taxa de juros básica (Selic) em 13,75%, maior patamar desde 2017.
Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom decidiu por 12 aumentos consecutivos na taxa, que saiu de 2% ao ano para o percentual atual. No dia 4 de abril, Campos Netos deverá participar de uma
audiência pública organizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para se manifestar sobre o tema. Segundo o presidente da comissão e autor do convite, senador
Vanderlan Cardoso (PSD-GO), a expectativa é de que a audiência "ajude a cessar as críticas".
"Acreditamos que essa audiência na CAE pode ajudar a cessar essas críticas, por isso vamos abrir espaço para ouvir dele quais as razões que mantêm os juros em 13,75%, pois confiamos na sua capacidade técnica frente ao Banco Central", afirmou Vanderlan ao
Congresso em Foco.