Advogados afirma que parlamentares apoiaram os ataques do domingo às sedes dos três poderes por meio de manifestações nas redes sociais. Foto: Marcelo Camargo/ABr
O coletivo de advogados e juristas Prerrogativas pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que suspendam a diplomação de seis deputados - quatro federais e dois estaduais - e impeçam a posse deles em 1º de fevereiro. De acordo com o Prerrogativas, esses parlamentares apoiaram os
ataques do último domingo (8) ao Congresso Nacional, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto, por meio de manifestações ou publicações nas redes sociais.
Os alvos dos pedidos são os deputados federais eleitos
Carlos Jordy (PL-RJ),
Silvia Waiãpi (PL-AP), André Fernandes (PL-CE) e
Nikolas Ferreira (PL-MG) e os estaduais Sargento Rodrigues (PL-MG) e Walber Virgolino (PL-PB). A ação é de iniciativa dos advogados Marco Aurélio de Carvalho, Fabiano Silva dos Santos e Pedro Serrano.
"Não é aceitável ou imaginável que pessoas que tenham sido eleitas como representantes do povo em um regime democrático, por meio de eleição livre, possam apoiar, incentivar e mesmo participar de atos que atentem contra o Estado democrático de Direito", afirmam os advogados na petição ao TSE. "O apoio público a atos atentatórios ao regime democrático configura, de maneira clara e direta, comportamento incompatível com o decoro parlamentar", acrescentam.
Para embasar o pedido, eles alegam que o ministro
Alexandre de Moraes, presidente do TSE, afirmou que todos os envolvidos nos ataques golpistas e citam o caso do afastamento do cargo de um juiz de primeira instância de Belo Horizonte. Wauner Batista Ferreira Machado foi punido pelo Conselho Nacional de Justiça por autorizar a realização de um ato golpista em frente a quartel do Exército na capital de Minas Gerais.
"Trata-se de paralelo perfeitamente aplicável à hipótese dos autos", afirmam os advogados do Prerrogativas.
Nessa quarta-feira a Procuradoria-Geral da República solicitou ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para apurar o envolvimento nos atos dos deputados eleitos André Fernandes (PL-CE),
Clarissa Tércio (PP-PE) e
Silvia Waiãpi (PL-AP).
Há outros dois pedidos no Supremo para responsabilizar criminalmente a conduta de parlamentares que manifestaram apoio aos atos golpistas. Uma das petições é assinada pelo Psol e alcança o senador
Magno Malta e os deputados André Fernandes,
Silvia Waiãpi,
Clarissa Tércio, Júnior Tércio, Ricardo Barros, Sargento Rodrigues,
José Medeiros, Coronel Tadeu,
Carlos Jordy e Ana Compagnolo.
Já a do PT é focada em
Clarissa Tércio,
Silvia Waiãpi, André Fernandes e Pâmela Bório, suplente de deputada federal pelo PSC da Paraíba. Ela é ex-mulher do ex-governador Ricardo Coutinho (PT), de quem se separou de maneira litigiosa.