Manifesto propõe criação de frente com judeus, palestinos, brasileiros e organizações em prol da paz no Oriente Médio. Foto: Pixabay
Organizações pacifistas e personalidades de várias áreas lançaram um manifesto dirigido às comunidades judaica, árabe, palestina e à sociedade brasileira em defesa da paz no Oriente Médio. O abaixo-assinado está
disponível na internet.
"Fazemos aqui um apelo às comunidades judaica, palestina, árabe, muçulmana e à sociedade brasileira em geral, pela criação de uma frente de organizações e pessoas que acreditam na paz, na justiça social e nos direitos humanos como valor universal, para que, juntos, levantemos as bandeiras de Israel e da Palestina, em uma caminhada em prol da paz e da não violência", diz o documento.
Desde o início do conflito, o governo federal já repatriou mais de mil brasileiros que estavam em Israel. Mas enfrenta um impasse na Faixa de Gaza: cerca de 30 brasileiros estão próximo da fronteira com o Egito à espera da liberação da passagem entre os dois países. Balanço divulgado nessa quarta-feira (26) pelos dois governos informa que 7.900 pessoas foram mortas no conflito, iniciado no dia 7. São 1.400 mortos do lado de Israel - entre eles,
três brasileiros - e 6.546 do lado palestino.
A proposta de pacificação feita no manifesto se baseia em quatro pontos:
1) Imediata devolução dos reféns sequestrados pelo Hamas;
2) Fim dos bombardeios mútuos, que matam civis indiscriminadamente;
3) Intensificação da ajuda humanitária aos deslocados pelo conflito.
4) Abertura de negociações para uma solução diplomática.
O abaixo-assinado tem o apoio, entre outros, dos jornalistas Juca Kfouri e Marcelo Coelho, da ex-senadora Eva Blay, dos atores Letícia Sabatella e Caco Ciocler, dos rabinos Alexandre Leone e Uri Lam, da escritora Eva Furnari, dos professores Maria Hermínia Tavares de Almeida, Michel Gherman e Renato Mezan, e da médica Natalia Timerman, além das entidades pacifistas israelo-palestinas Alternative Center e Mãos para a Paz. Entre os signatários, há árabes, palestinos, judeus e brasileiros em geral.
(Por Edson Sardinha)
Leia a íntegra do manifesto:
"Frente para a paz"
Em defesa da humanidade.
Diante dos últimos acontecimentos, de um conflito que já ceifou tantas vidas no Oriente Médio, nós, judias e judeus brasileiros, residentes no Brasil e em Israel, identificados com a causa da paz mundial expressamos nossos sentimentos e opiniões e convidamos a todas e todos a assinarem conosco, pessoas física ou instituições:
Não é possível que continuem prevalecendo os interesses de grupos extremistas que não estão voltados ao bem-estar da população israelense e palestina, mas na consolidação de seu poder político e territorial, muitas vezes com o uso de interpretações religiosas.
É inconcebível que os massacres e o recrudescimento do conflito encontrem justificativa entre aqueles que se intitulam humanistas e pacifistas. Sendo assim, nós, que pertencemos a várias correntes e organizações, nos unimos às dezenas de organizações israelense-palestinas, com sede em Israel e na Palestina. Organizações estas que, apesar do conflito e diante destes dias dramáticos que estamos vivenciando, seguem atuando conjuntamente nas áreas da educação, religião, cultura e política, provando ser possível a convivência pacífica entre os dois povos. Apontam, portanto, na direção do caminho para o fim do conflito através do diálogo entre as partes.
Assim, defendemos:
- A imediata e incondicional libertação de todos os reféns em poder do Hamas;
- O fim dos bombardeios mútuos, que matam civis de forma indiscriminada;
- A intensificação da ajuda humanitária aos deslocados e desabrigados na região do confronto;
- O início de um processo diplomático que leve ao fim do conflito, das mortes sem sentido e da formação de uma geração que só conheça o medo, o ódio e a vingança, dando a ela a esperança de viver em um mundo mais humano.
Fazemos aqui um apelo às comunidades judaica, palestina, árabe, muçulmana e à sociedade brasileira em geral, pela criação de uma frente de organizações e pessoas que acreditam na paz, na justiça social e nos direitos humanos como valor universal, para que, juntos, levantemos as bandeiras de Israel e da Palestina, em uma caminhada em prol da paz e da não violência."
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