Além de libertar Milton Ribeiro, desembargador beneficiou outros aliados de Jair Bolsonaro como Paulo Guedes e Ricardo Salles. Foto: Alan Santos/PR
O desembargador Ney Bello, responsável pela decisão judicial que revogou a prisão do ex-ministro da Educação
Milton Ribeiro, é o preferido entre os quatro nomes indicados ao presidente
Jair Bolsonaro para assumir uma das duas cadeiras vacantes do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), última instância judicial antes do
Supremo Tribunal Federal. Ao longo de sua atividade, o jurista adotou outras medidas em favor de aliados do presidente.
Ney Bello atua no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Conforme apurado pelo
O Globo, ele foi responsável pelo arquivamento de uma investigação do
Ministério Público Federal contra o ministro da economia
Paulo Guedes, por suspeitas de fraudes na gestão dos fundos de investimento de uma de suas empresas. O desembargador também recusou os pedidos de afastamento do ex-ministro do Meio Ambiente
Ricardo Salles do cargo, diante das suspeitas de desmonte intencional de políticas públicas ambientais.
O conteúdo deste texto foi publicado antes no Congresso em Foco Insider, serviço exclusivo de informações sobre política e economia do Congresso em Foco. Para assinar, clique AQUI e faça uma degustação gratuita de 30 dias.
Na área de meio ambiente, Ney Bello também atendeu à vontade de aliados de Bolsonaro após a conclusão da Operação Handroantrus, que resultou em 2020 na maior apreensão de madeira ilegal da história do Brasil. Por determinação do juiz, parte da madeira apreendida foi liberada para seus proprietários. Esta apreensão foi a que resultou na saída de
Ricardo Salles do cargo, que pediu demissão quando surgiram suspeitas de sabotagem à operação.
A indicação do desembargador partiu do próprio TRF1, e foi referendada junto aos demais nomes pelo STJ. A decisão final cabe ao próprio Jair Bolsonaro.