O ministro João Roma afirmou neste domingo (27) que o atual secretário de Assuntos Estratégicos, Ronaldo Bento, o vai substituí-lo na pasta. Foto: Isac Nóbrega/PR
O ministro da Cidadania,
João Roma, disse na tarde desta quarta-feira (20) que o Auxílio Brasil - programa que deve substituir o
Bolsa Família - deve sofrer reajustes de 20% em relação ao seu antecessor, e manter a responsabilidade com o teto de gastos. O ministro, no entanto, evitou revelar o valor do novo benefício, motivo de tensão entre o governo e sua equipe econômica.
João Roma disse que o reajuste de 20% será sobre o ticket médio, mas que o governo estuda um "benefício transitório", para evitar que nenhuma família beneficiária receba menos de R$ 400. "É isso que estamos tratando internamente no governo e junto do Congresso nacional para que, junto com a PEC do deputado
Hugo Motta , tudo isso seja viabilizado dentro das regras fiscais", disse o ministro, que prometeu zerar a fila dos beneficiários, alcançando 17 milhões de famílias.
Roma se refere à PEC dos Precatórios (
PEC 23/2021), que deve lastrear a fonte de recursos para turbinar o Auxílio Brasil. A proposta, de relatoria do deputado
Hugo Motta (Republicanos-PB), está em uma comissão especial e precisa ser votada duas vezes em plenário (com ao menos 308 votos favoráveis), antes de ir para o
Senado, que também precisa aprovar o texto em duas rodadas (com ao menos 54 votos favoráveis).
A sessão onde o relatório da PEC 23 seria lido foi adiada novamente nesta quarta-feira (20), ainda influenciada pela indefinição do governo quanto ao benefício social.
"Quebrar o país em prol de reeleição", critica Fábio Trad
O clima entre os parlamentares é de "muita preocupação" quanto aos meios utilizados pelo governo federal para criar o programa social Auxílio Brasil.
Ao
Congresso em Foco Insider, o vice-líder do PSD,
Fábio Trad (MS), relata a preocupação dos parlamentares com a possibilidade de o governo furar a regra do teto de gastos para bancar o auxílio e "com isso aproximar o Brasil de um desastre econômico financeiro".
"O presidente tem legitimidade pra postular a reeleição, mas em nome disso ele não pode fazer tudo aquilo que dá na cabeça. O presidente não pode considerar a reeleição como um fim absoluto. Em nome dela, não se pode quebrar o país", conclui.
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