Bolsonaro ataca urnas eletrônicas com inquérito desmentido pelo TSE
Durante discurso, Bolsonaro alegou que um inquérito da Polícia Federal alega fraude nas eleições de 2018. Alegação já foi desmentida.
Congresso em Foco
18/07/2022 | Atualizado às 14h14
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Durante discurso, Bolsonaro alegou que um inquérito da Polícia Federal alega fraude nas eleições de 2018. Alegação já foi desmentida. Foto: TV Brasil/Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro reuniu cerca de 40 embaixadores de diferentes países no Palácio da Alvorada para apresentar o que ele afirma se tratar de provas da ineficácia do sistema de segurança das urnas eletrônicas adotadas nas eleições. A prova, porém, foram trechos de um inquérito da Polícia Federal (PF) vazado por ele em 2021, apontando para uma suposta fraude nas eleições de 2018 desmentida pela própria corporação e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O inquérito em questão diz respeito a uma denúncia de que uma hacker conseguiu acessar os sistemas virtuais do TSE, incluindo as páginas dos ministros, oito meses antes das eleições de 2018. A investigação foi aberta no mesmo ano até que, em julho de 2021, Jair Bolsonaro vazou dados do inquérito, utilizando-o em uma live para afirmar que houve fraude nas urnas eletrônicas durante o pleito que o elegeu.
Os mesmos vazamentos foram expostos aos embaixadores na reunião desta segunda-feira (18), em que tornou a defender o uso do voto impresso durante as eleições. Bolsonaro ainda questionou o motivo do inquérito não ter sido encerrado, chegando a afirmar que "não poderíamos ter tido as eleições de 2020 sem apuração, porque o sistema é completamente vulnerável".
Em agosto de 2021, o TSE divulgou uma nota onde afirma ter recebido as informações da PF sobre o inquérito, e que, mesmo se confirmada a invasão, o hacker não seria capaz de alterar o resultado das eleições. "Cabe reiterar que as urnas eletrônicas jamais entram em rede. Por não serem conectadas à internet, não são passíveis de acesso remoto, o que impede qualquer tipo de interferência externa no processo de votação e de apuração", explica.
O tribunal ainda afirma não ter qualquer registro de alteração no sistema de controle interno. "O código-fonte dos programas utilizados passa por sucessivas verificações e testes, aptos a identificar qualquer alteração ou manipulação. Nada de anormal ocorreu. (...) O próprio TSE encaminhou à Polícia Federal as informações necessárias à apuração dos fatos e prestou as informações disponíveis. A investigação corre de forma sigilosa e nunca se comunicou ao TSE qualquer elemento indicativo de fraude", alegam.
Bolsonaro ainda questionou o motivo do TSE não ter acatado as sugestões enviadas pelas Forças Armadas durante os trabalhos da Comissão de Transparência das Eleições. No último mês de junho, porém, o tribunal decidiu por acatar dez das 15 sugestões encaminhadas pelo ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Entre as demais, apenas uma foi rejeitada, e outras quatro serão analisadas para eventual aplicação no pleito de 2024.
Confira a seguir a fala completa de Jair Bolsonaro:Confira também a resposta do ministro do TSE, Edson Fachin: