PSD, partido que conta com a maior bancada do Senado, fechou questão em declaração de apoio à indicação de Cristiano Zanin ao STF. Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4
Em sua primeira rodada de conversas com senadores sobre a sua indicação para a vaga de Ricardo Lewandowski no
Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado
Cristiano Zanin conseguiu atrair o apoio do
PSD, partido com maior número de vagas no
Senado. Com isso, mais do que duplica a garantia de votos favoráveis ao seu nome quando for avaliado em plenário.
De acordo com
Otto Alencar (PSD-BA), líder do partido no Senado, "A bancada presente fechou questão no apoio a ele no STF" após a reunião com o indicado. O senador conta que Zanin foi questionado sobre sua interpretação do texto constitucional, buscando verificar se o entendimento dele sobre determinados temas coincide com a visão do partido, um dos maiores dentro da base do governo.
Zanin foi advogado do presidente Lula durante os processos resultantes da operação Lava-Jato, e foi o principal responsável pelo recurso que resultou na anulação das condenações contra o chefe de Estado. Alencar conta que a operação não estava na pauta da reunião. Os senadores também não questionaram sobre questões de dissenso dentro do STF, como legalização das drogas ou do aborto.
Além de verificar o grau de compatibilidade entre o entendimento do partido e de Zanin quanto ao conteúdo da Constituição, Otto Alencar conta que o indicado também foi questionado sobre "a possibilidade e a condição de um ministro do STF atender um senador ou buscar o atendimento, uma recíproca lá que às vezes até não acontece". Esse mesmo critério foi adotado para ministros anteriores.
O PSD conta com uma bancada de 15 senadores, mais de um sexto das cadeiras da casa, incluindo o próprio presidente
Rodrigo Pacheco (MG). Caso preservem o apoio em plenário, Zanin já começa a disputa com 23 votos garantidos, somando as bancadas do PSD e PT. Antes disso, deverá passar pela sabatina na Comissão de Constituição e Justiça, prevista para acontecer no dia 21.