Presidente Jair Bolsonaro mostra uma caixinha de Hidroxicloroquina. Foto: Carolina Antunes/PR
O Ministério da Saúde admitiu em documentos enviados à
CPI da Covid essa semana que medicamentos que compõem o chamado "
kit covid", amplamente defendidos por
Jair Bolsonaro, são ineficazes contra o vírus.
"Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população", diz documento.
Em maio, o Ministério
já havia emitido um parecer contraindicando o uso dos medicamentos para pacientes internados com covid, mas o parecer só chegou à CPI essa semana. Duas notas técnicas foram entregues à comissão por um pedido do senador
Humberto Costa (PT-PE).
Os medicamentos são os mesmos usados para tratamento precoce, que são defendidos por apoiadores do governo e indicados pelo aplicativo do Ministério da Saúde,
TrateCov, em Manaus (AM) em janeiro, no auge da crise de oxigênio no estado. A plataforma saiu do ar após a pasta alegar invasão hacker.
Queiroga mentiu e não há estudos sobre eficácia do "kit covid", diz Humberto
A CPI apura se a existência de um gabinete paralelo ao Ministério da Saúde influenciou o atraso na compra das vacinas, o favorecimento de laboratórios e a compra de medicamentos do "kit covid" sem eficácia para o tratamento da doença.
Uma primeira lista de testemunhas que são investigadas pela comissão por terem composto este gabinete e insistido no uso dos medicamentos são: o ex-ministro da Saúde,
Eduardo Pazuello, o ex-chefe da comunicação do governo,
Fábio Wajngarten, as médicas
Mayra Pinheiro e
Nise Yamaguchi e o ex-chanceler
Ernesto Araújo.
Também constam na lista de investigados: o ex-assessor do Ministério da Saúde
Elcio Franco, o conselheiro do presidente
Arthur Weintraub, o empresário
Carlos Wizard, Franciele Fantinato, Helio Neto, Marcellus Campelo, Paulo Marinho Zanotto, Luciano Dias Azevedo e o atual chefe da pasta,
Marcelo Queiroga.
> Queiroga mentiu e não há estudos sobre eficácia do "kit covid", diz Humberto
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