Chiquinho Brazão está preso sob a acusação de ser um dos mandantes do assassinato de Marielle Franco em 2018. Foto: Lula Marques/ABr
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados rejeitou, por 57 votos a dois, o recurso da defesa do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) contra o processo de cassação, nesta segunda-feira (23). Os parlamentares acompanharam o relatório de Ricardo Ayres (Republicanos-TO) pela improcedência do mérito do recurso.
Preso desde março na penitenciária federal de segurança máxima em Campo Grande (MS), Chiquinho Brazão é acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), em 2018. Na ocasião, o motorista Anderson Gomes também foi assassinado. O parlamentar nega as acusações.
Um dos argumentos levantados pela defesa do deputado no recurso era a falta de imparcialidade da relatora no Conselho de Ética, Jack Rocha (PT-ES), que recomendou a cassação do mandato do parlamentar. Para o relator do recurso, Ricardo Ayres, não houve parcialidade e por isso considerou o recurso improcedente.
"A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) já estabeleceu que a atuação de parlamentares em processos disciplinares não segue as mesmas regras aplicáveis a juízes em processos judiciais. As manifestações públicas da relatora, ainda que críticas ao Recorrente, não constituem, por si só, motivo para sua exclusão do processo", escreveu o deputado sobre a falta de imparcialidade argumentada pela defesa.
Outro ponto que os advogados de Chiquinho Brazão apresentaram para pedir um novo processo no Conselho de Ética foi a falta de isonomia. Eles argumentaram que o fato da acusação aconteceu antes do mandato de Chiquinho Brazão como deputado federal. Foi com base neste mesmo argumento que o Conselho livrou André Janones (Avante-MG) do processo de cassação pelas acusações de rachadinha.
Apenas dois deputados votaram a favor do recurso de Chiquinho Brazão: Dani Cunha (União-RJ), ex-correligionária do deputado e parlamentar do mesmo estado, e Waldemar Oliveira (Avante-PE).
Veja como os deputados votaram: