O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), entrega ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o texto da reforma tributária, em agosto
Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
Com a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados na última sexta-feira (15), o Congresso deve promulgar o texto na próxima semana. Segundo o presidente da Casa,
Arthur Lira (PP-AL), a sessão deve ser realizada na quarta-feira (20).
A promulgação é realizada em sessão do Congresso Nacional, que reúne deputados e senadores, e deve ser marcada pelo presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Com isso, ambos atingem o objetivo de terminar a reforma ainda em 2023, em uma vitória política. Lira e Pacheco chegam ao final do ano fortalecidos politicamente e em alta com o Planalto por terem cumprido com o compromisso assumido e viabilizado a maior reforma do sistema tributário brasileiro dos últimos 60 anos.
Ainda em agosto, quando o texto da Câmara foi entregue ao Senado, Pacheco e Lira colocaram como uma
ambição conjunta a promulgação ainda em 2023. Para conseguir isso, ambos tiveram que liderar uma articulação ampla envolvendo os deputados, senadores e governadores.
Na quinta-feira (14), véspera da segunda rodada de votações na Câmara, os presidentes do Legislativo passaram o dia em reuniões na tentativa de chegar a um acordo sobre o texto. A articulação envolveu também o governo do presidente
Lula (PT). O ministro da Fazenda
Fernando Haddad e seu secretário da área,
Bernard Appy, foram centrais para as discussões.
Dessa forma, a promulgação será uma vitória dividida entre Legislativo e Executivo.
Os passos seguintes também serão de articulação entre os dois Poderes, com a necessidade de regulamentar a reforma tributária. O governo e o Congresso devem se debruçar sobre as leis complementares que ditarão os detalhes do novo sistema tributário brasileiro.
Reforma tributária
A reforma tributária unifica os impostos brasileiros. Atualmente, cinco tributos são cobrados na área de serviço e comércio:
- Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
- Programa de Integração Social (PIS);
- Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
- Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); e
- Imposto Sobre Serviços (ISS).
Com a reforma, serão criados a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) para substituir o IPI, PIS e Cofins, no âmbito federal; e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) para unir o ICMS e o ISS, com gestão dos Estados e dos municípios.
Essa reforma é focada no consumo. O governo e o Congresso defendem a reformulação como forma de simplificar, racionalizar e unificar a tributação. A expectativa é que com a redução da assim a burocracia, e incentivar o crescimento econômico.
A próxima etapa será a reforma tributária sobre a renda e o patrimônio. No entanto, ainda não há previsão de quando o texto será enviado pelo governo para o Congresso e quando começará a tramitar.
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