Investigações vão começar a partir do 2º turno, propõe relatora da CPMI. Siga
Objetivo é identificar os autores intelectuais, os financiadores e os agentes públicos envolvidos nos atos desde a derrota de Bolsonaro
Congresso em Foco
06/06/2023 | Atualizado às 10h41
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Oito veículos foram incendiados na noite de 12 de dezembro em Brasília, em meio à diplomação do presidente Lula. Foto: Lucas Neiva
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentou ao colegiado, nesta terça-feira (6), o plano de trabalho para conduzir as audiências que irão se dedicar a investigar as ações que culminaram na invasão e depredação da Praça dos Três Poderes.
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Eliziane Gama enfatizou que a comissão não se restringirá unicamente ao dia 8 de janeiro. O objetivo é identificar os autores intelectuais, os financiadores e os agentes públicos envolvidos nos acontecimentos desde a derrota de Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial para o presidente Lula. "Para tanto, e até por causa das relevantes funções de Estado que exerciam e exercem, é certo que será necessário ouvir, no momento adequado, o ministro da Justiça, Flávio Dino; o então interventor na Segurança Pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli; e o general Gonçalves Dias, ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR). Todos eles, certamente, têm muito a contribuir com esta CPMI", disse a senadora ao ler o seu plano de trabalho.
A relatora ainda acrescentou que é necessário que se compreenda que o 8 de janeiro suscita divergências entre governo e oposição e é bastante natural que adversários eleitorais busquem utilizar esta CPMI como palco para incremento do próprio capital político.
"Nenhum brasileiro pretende ver um circo, um festival de horrores, mas um trabalho técnico-político conduzido com a seriedade e com a serenidade necessárias", declarou a senadora, que não descarta analisar o papel das grandes plataformas tecnológicas na disseminação de notícias falsas e pelo modelo de negócio que pode causar riscos sérios e perigosos ao Estado Democráticos de Direito.
A senadora ainda disse que será necessário requisitar servidores do Banco Central do Brasil, da Controladoria Geral da União (CGU), da Receita Federal do Brasil (RFB), da Polícia Federal (PF) e do Tribunal de Contas da União (TCU) que detenham conhecimento de gestão de investigação e de análise de dados, para que participem da equipe de apoio aos trabalhos desta CPMI, inclusive para que resultados mais aprofundados sejam possíveis.