Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
29/05/2010 | Atualizado às 00h00
Marcelo Henrique Pereira *
Nos cenários jurídicos, são comuns discussões sobre a efetividade dos direitos, alcançando a definição dos conceitos relativos às "gerações de direitos", em alusão às épocas em que os mesmos surgiram, foram acalentados e viraram realidade por força dos movimentos sociais e das alterações das normas vigentes em cada período da história.
De maneira geral, conceitua-se haver quatro gerações de direitos: os individuais, os sociais, os coletivos e o das minorias, os quais dependem de instrumentos jurídicos para sua garantia e exercício. Nossa Constituição Federal, a propósito, elenca os direitos individuais, coletivos e sociais protegidos em nosso ordenamento e, neste último segmento, vale descrever os objetos da previsão protecionista: a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados (art. 6º).
Muitos países, na atualidade, têm discutido a inclusão nesse rol de um "novo" direito: a felicidade, busca individual dos seres, mas, também, aspiração coletiva de uma sociedade ou, até, do mundo inteiro, motivando inúmeras personalidades, no Brasil, a defenderem a inclusão do direito à felicidade na Carta federal brasileira. Para materializar tal intento, o senador Cristovam Buarque está reunindo as assinaturas necessárias (27) para a propositura de uma proposta de emenda constitucional (PEC) que alteraria o texto atual para dar lugar ao seguinte: "São direitos sociais, essenciais à busca da felicidade, a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição".
Todos buscamos ser felizes em diversos ambientes: casa, trabalho, clube, vizinhança, lazer, igrejas, associações... Mas um dos locais onde as pessoas permanecem mais tempo (o ambiente de trabalho) merece especial consideração, quando o assunto é felicidade. Pergunta-se: você está satisfeito e feliz no trabalho que desempenha? Tem prazer fazendo o que faz? Ou gostaria de mudar, fazer outra coisa? Seu convívio com colegas, superiores e subordinados é compensador, motivador, sem sobressaltos? Há coisas que você gostaria de contribuir para modificar, para que você e os outros se tornassem mais felizes? Com certeza, responderão muitas pessoas.
No ambiente do serviço público, então, as questões acima são pertinentes, levando em conta que a permanência do servidor em seu trabalho se dá por longos anos, tendo em vista o instituto da estabilidade, uma garantia contra o desemprego e a perspectiva de melhoras a partir do conceito e do alcance de patamares dentro de uma mesma carreira. Mas, inegavelmente e em contradição ao sentido de vivenciar a felicidade, cotidianamente, os ambientes públicos são lugares mais "engessados", que permitem pouquíssima variação (alteração) e não permitem grandes revoluções. Tampouco as chamadas "políticas de pessoal" dos órgãos públicos são fomentadoras de rodízios (rotatividade nos setores), levantamentos de satisfação no trabalho, pesquisas de opinião sobre a felicidade/prazer/contentamento no trabalho, isto é, em relação ao ambiente e às tarefas desempenhadas em órgãos públicos.
A Federação Nacional das Entidades de Servidores de Tribunais de Contas advoga a tese de que as administrações públicas devam buscar reciclagens, reajustamentos, alterações periódicas que promovam a motivação e a busca pelo novo, propiciando a busca pela felicidade no trabalho. E, mais que isso, os servidores devem estar suficientemente organizados em entidades (associações e sindicatos) que exijam de seus "patrões" a adoção de mecanismos, instrumentos e ferramentas de promoção da felicidade humana, principalmente ligados ao trabalho. Em paralelo, é preciso investir, também, em atividades que visem melhorar a convivência em grupo e que estimulem valores como a fraternidade, a solidariedade e o companheirismo, tão escassos num mundo excessivamente competitivo como o nosso. Mas, não basta falar, propugnar por mudanças: é preciso mais. É preciso fazer, por meio de iniciativas que realmente possibilitem o alcance da felicidade!
* Presidente da Federação Nacional das Entidades de Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil (FENASTC)
Veja ainda:
Manuela: "Fazer política é lutar pela felicidade"
Berzoini quer direito à felicidade na Constituição
A serviço do + Feliz, a alegria baiana de Margareth
Cristovam: felicidade é cola e despertador dos direitos sociais
Convidados apoiam PEC da Felicidade no Senado
Por que a felicidade precisa estar na lei
João Carlos Martins, o maestro da felicidade
Felicidade, a mãe de todos os direitos
O ex-jogador Sócrates apoia o movimento + Feliz (vídeo)
Vídeo do movimento + Feliz
Matéria da TV Record sobre o assunto (vídeo)
Temas
LEIA MAIS
CÂMARA DOS DEPUTADOS
Em semana morna, Câmara vota projetos para pequenas empresas
Previdência Social
Davi prorroga programa de enfrentamento da fila da previdência
Recursos Emergenciais
Congresso promulga lei de crédito extraordinário para o RS em 2025
TEMOR ELEITORAL
Kakay critica isolamento de Lula e defende Haddad como sucessor
AGENDA DA SEMANA
Senado instala comissões na quarta-feira; veja quem presidirá cada