[caption id="attachment_86032" align="alignleft" width="285" caption="Para Marco Aurélio, Geiza não era uma funcionária tão "mequetrefe" assim"]
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[fotografo]Nelson Jr./STF[/fotografo][/caption]Sétimo ministro a julgar o crime de lavagem de dinheiro no processo do mensalão, em análise no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio votou pela condenação de oito dos dez réus que fazem parte do núcleo financeiro-publicitário do esquema. Estão no rol de condenados o publicitário Marcos Valério e seus dois ex-sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, além do seu advogado, Rogério Tolentino e da ex-diretora financeira de uma de suas agências Simone Vasconcelos pelo crime de lavagem de dinheiro. O ministro votou também pela condenação da cúpula do Banco Rural, a ex-diretora financeira Kátia Rabello e o ex-diretor José Roberto Salgado.
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Condenou a "mequetrefe"
Ao contrário da maioria dos ministros, Marco Aurélio condenou a ex-gerente financeira de uma das agências de Marcos Valério, Geiza Dias, considerada por seu próprio advogado como uma funcionária "mequetrefe". No entanto, o ministro afirmou que os pagamentos eram realizados por ela e com o cargo que ocupava tinha plena capacidade de saber sobre a situação contábil da agência. "Se não fosse ela, como os pagamentos seriam feitos? Posso não concordar com o salário dela. Penso que ela merecia mais pelo que fazia. Ela tinha conhecimento da tramóia. [...] Como assistente financeira, ela devia conhecer muito bem a situação contábil da agência e devia saber que esse dinheiro não era limpo", disse.
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Marco Aurélio considerou que Marcos Valério era o autor intelectual da lavagem de dinheiro, enquanto Geiza agia na prática criminosa como autora material. Segundo a acusação apresentada pelo Ministério Público, o Banco Rural atuou como facilitador do esquema e cedeu sua estrutura para a realização da lavagem, que seria responsabilidade de Marcos Valério. Segundo a denúncia, o Banco Rural teria injetado R$32 milhões no esquema por meio de empréstimos simulados.
Em relação a Tolentino, o ministro afirmou que houve lavagem porque o réu fez um empréstimo de R$ 10 milhões, montante que teria servido para ocultar desvios de recursos do Banco do Brasil no contrato da Visanet.
Em seu voto, o ministro absolveu a ex-vice-presidente do Banco Rural Ayanna Tenório e o atual vice-presidente da instituição, Vinícius Samarane. Até o momento, são sete votos pela condenação da ex-presidente do Banco Rural, Kátia Rabelo, do ex-vice-presidente do banco, José Roberto Salgado; do publicitário Marcos Valério e seus ex-sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz; e a ex-diretora financeira da agência SMP&B, Simone Vasconcelos.
Falta ainda um voto para Samarane e o ex-advogado de Valério, Rogério Tolentino serem considerados culpados pelo crime de lavagem de dinheiro. Eles receberam cinco votos pela condenação. Ayanna já está absolvida. Geiza Dias tem quatro votos pela absolvição e três pela condenação.
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