[caption id="attachment_193185" align="alignright" width="350" caption="Panelaço: "FHC é litúrgico", diz Bruno Araújo"]

[fotografo]Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil[/fotografo][/caption]Sem consenso sobre um eventual pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, a cúpula do PSDB se reúne na próxima sexta-feira (24), em Brasília, para tentar sintonizar o discurso na Primeira Oficina de Planejamento Estratégico do partido. O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso protagonizará a abertura do evento, enquanto o senador
Aécio Neves (MG) participará do encerramento do encontro.
A necessidade de harmonização dos posicionamentos tucanos ficou mais evidente depois de o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ter afirmado no domingo (19), durante evento empresarial no sul da Bahia, que partidos pediram impeachment sem embasamento jurídico é
"precipitação". Essa opinião é compartilhada pelo governador paranaense
Beto Richa e pelos senadores José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE).
"Impeachment não pode ser tese. Ou houve razão objetiva ou não houve razão objetiva. Quem diz se é objetiva ou não é a Justiça, a polícia, o tribunal de contas. Os partidos não podem se antecipar a tudo isso, não faz sentido ", disse FHC, defendendo o respeito às "regras da democracia".
Por sua vez, Aécio também tem preferido não defender abertamente um processo imediato de impedimento presidencial, mas defende o debate do assunto e tem estimulado movimentos sociais a defendê-lo.
Pressionado no Senado, na última quarta-feira (15), por grupos que organizaram as manifestações de rua contra o governo, Aécio passou a defender o impeachment, mas com parcimônia - o tucano espera que questões como a auditoria do Tribunal de Contas da União contestando as contas do governo deem munição para justificar a formalização do pedido no Congresso.
Reportagem do jornal
O Globo desta terça-feira (21) lembra que o próprio Aécio está dividido em relação ao tema. "Derrotado na eleição do ano passado, Aécio tende a continuar se equilibrando entre o compromisso que assumiu com a liderança das manifestações e a garantia de que não tomará nenhuma atitude em prol do impedimento da presidente Dilma sem ter uma argumentação jurídica clara para sua existência", diz trecho da matéria.
Segundo a publicação, parlamentares classificaram como "litúrgica" a manifestação de Fernando Henrique Cardoso, mas acreditam que ela não terá força para alterar a disposição das bancadas do PSDB, na Câmara e no Senado, em defender o impeachment. "Fernando Henrique é litúrgico. Respeitamos, mas [seu posicionamento] não muda a opinião das bancadas", sentenciou o líder da Minoria na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE).
Tucanos apostam no parecer encomendado pelo partido ao jurista Miguel Reale Júnior com o objetivo de apontar, tencicamente, alternativas de fundamentação para o pedido de impedimento. "São várias opiniões no partido. Mas há a prevalência da tese de que temos o dever de propor [o impeachment] se as condições jurídicas existirem", emendou o senador Alvaro Dias (PR).
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