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Congresso em Foco
30/3/2010 12:47
Mário Coelho
O jornalista Edmílson Edson dos Santos, o Sombra, afirmou nesta terça-feira (30) que os achaques contra testemunhas do mensalão do ex-governador José Roberto Arruda (sem partido) continuam. Após prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, ele disse que políticos e empresários estão por trás de novos achaques relacionados ao Inquérito 650DF, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e que originou a Operação Caixa de Pandora. Questionado sobre quem eram os autores das ameaças, ele disse que "alguns ainda estão no poder". O jornalista, porém, não revelou se a intenção é atrapalhar as investigações ou manter o esquema de propina.
Sombra não quis revelar nomes nem dar mais pistas sobre quem são os autores dos achaques. Também não falou quais testemunhas estariam sendo coagidas para mudar suas versões perante os investigadores. O jornalista, principal articulador da ida do ex-secretário de Relações Institucionais do governo do DF Durval Barbosa ao Ministério Público, foi alvo de uma tentativa de suborno no início de fevereiro. Isso resultou na decretação da prisão, por parte do STJ, de Arruda e de outras cinco pessoas, todos acusados de tentarem obstruir o trabalho da Justiça.
Durval, ao prestar depoimento e entregar gravações de áudio e vídeo, tornou-se a principal testemunha do esquema de propina envolvendo membros do Executivo e do Legislativo da capital do país.
"Se Durval falou, deve saber o que está falando", disse Sombra na saída da PF, ao ser questionado sobre a declaração do ex-secretário aos integrantes da CPI na manhã de hoje de que o "rolo compressor" ainda não tinha começado".
Para o jornalista, a ação dos investigados pode levar mais gente para a cadeia. "Se eles continuarem procurando atrapalhar o trabalho da Justiça, da polícia, continuar fazendo rolo, achacando empresários, eu acredito que sim. (...) Alguns, com certeza (continuam achaque). Na cara de pau", disse. Ele frisou que não poderia fazer mais comentários porque parte do inquérito corre em segredo de justiça. Sombra disse que as pessoas que preferiram não falar aos investigadores e manter o silêncio poderiam se beneficiar da delação premiada. "Tem aí o instituto da delação premiada, por que não fazem também? O Durval fez."
Aos investigadores da PF, Sombra relatou que tem sofrido ameaças. Mas não disse qual o teor nem o autor. "Eu vim falar sobre o Inquérito 650, mas na verdade não falei quase nada, apenas levei a conhecimnto deles. Podem ameaçar a vontade, porque quem nasce um dia tem que morrer. Prefiro deixar para o tempo correto. Tem a polícia, que investiga e cada um faz uso das declarações do jeito que quiser, eu prefiro me manter reservado", disse.
Ele relatou que os policiais solicitaram documentos da empresa dele - Sombra é dono do jornal O Distrital - e que se comprometeu a entregá-los à PF.
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