[caption id="attachment_82473" align="alignleft" width="319" caption="Rubmaier alega que seu nome foi usado indevidamente por Cachoeira para abrir empresas"]
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[fotografo]Wilson Dias/ABr[/fotografo][/caption]
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Apontado pela Polícia Federal como contador da organização criminosa comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, Rubmaier Ferreira de Carvalho prestou esclarecimentos à CPI que investiga as relações do contraventor com agentes públicos e privados. O depoente negou atuar como contador das empresas Alberto & Pantoja e Adécio & Rafael Construção e Terraplanagem e ter feito movimentações financeiras em nome do grupo.
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Mesmo munido de um
habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer calado, Rubmaier disse à comisão que teve seu nome usado indevidamente por quem registrou as companhias. Ele é apontado pela Polícia Federal como o responsável pela abertura de empresas de fachada que tinham o propósito de lavar dinheiro. O contador negou ainda conhecer Carlinhos Cachoeira ou os donos das construtoras.
Rubmaier admitiu, no entanto, que a Brava Construções, empresa também suspeita de ter recebido dinheiro da Delta, foi registrada por ele. Mas negou que tenha sido contador da empresa. "A empresa foi constituída, mas não sei dos sócios, não encontro nenhum. Só foi constituída, mas não prestei serviço contábil", afirmou.
Apesar de ter falado, Rubmeier utilizou seu direito de ficar calado para não responder a perguntas sobre a Qualix S.A., que segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), teria repassado R$ 2,3 milhões entre julho e agosto de 2005 ao contador. Ele se limitou a dizer que nunca prestou serviços para a empresa.
Ex-mulher
O depoimento de Rubmeier foi tomado
após o fim do depoimento da ex-mulher de Cachoeira, Andrea Aprígio de Souza, realizado em sessão secreta. Antes do fechamento da sessão, ela afirmou que não tem relações com o esquema criminoso de seu ex-marido. Disse que mantém apenas contatos familiares com ele, com quem tem dois filhos. Andrea é suspeita de ser "laranja" de Cachoeira em negócios abastecidos pelo esquema do contraventor.
Apesar da recusa de Andrea em responder aos questionamentos dos parlamentares, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), avaliu que foi possível extrair informações importantes. "Os membros da CPI estão sendo extremamente hábeis, pois estão fazendo o que chamamos em Direito de um interrogatório negativo, provocando, até pelo próprio silêncio dela, um determinado comprometimento, do qual o relator certamente extrairá como peça fundamental em seu relatório", afirmou.
Ele entendeu que o silêncio de Andrea pode complicá-la nas investigações. O colegiado pode aprovar um requerimento para que a ex-mulher de Cachoeira passe da condição de testemunha à de investigada. Segundo Vital, os parlamentares concentraram as perguntas em questões sobre a evolução patrimonial das empresas de Andrea, como o laboratório farmacêutico Vitapan, instalado em Anápolis (GO).
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Com informações da Agência Senado