[caption id="attachment_178208" align="alignleft" width="285" caption="Para comissão interna, decisão de Paulo Roberto sobre uma obra em refinaria pernambucana elevou custos em R$ 4 bilhões"]

[fotografo/]Geraldo Magela/Ag. Senado[/fotografo][/caption]Os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque interferiram na escolha de empresas que iriam participar da construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e tomaram que decisões que elevaram os valores da construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. As afirmações fazem parte de relatórios internos da estatal, segundo reportagem do Jornal Nacional deste sábado (13).
Após ouvir 71 pessoas e examinar 30 licitações, a comissão interna constatou que mais da metade dos contratos foram fechados com empresas investigadas na Operação Lava Jato. Um assistente de direção da Petrobras informou ao colegiado que, por determinação de Paulo Roberto e Renato Duque, enviou ajustes na lista de empresas a serem convidadas para executar parte das obras do Comperj. A apuração indica que os dois interferiram no processo de escolha das empresas que participaram da licitação.
O relatório também sustenta que a ex-gerente da estatal Venina da Fonseca, a pedido de Paulo Roberto, elaborou um plano para antecipar a entrega da Refinaria Abreu e Lima. Com os aditivos contratuais, o custo dessa obra cresceu R$ 4 bilhões, de acordo com a comissão interna. Venina, que trabalhava com o então diretor de Abastecimento, alertou a presidente da Petrobras, Graça Foster, sobre irregularidades na estatal, conforme reportagem do jornal
Valor Econômico.
O Jornal Nacional relata que, em mensagem eletrônica enviada em setembro de 2009 ao assistente de direção Francisco Pais, Venina afirmou que havia um sobrepreço de 272% na casa de força da refinaria. No email, ela pede que esse tipo de informação não seja omitida das próximas vezes, já que não constava do documento interno encaminhado à diretoria. "Os desvios são grandes e isso me preocupa muito", escreveu.
Em nota divulgada ontem, a
Petrobras desqualificou as declarações de Venina. "A empregada guardou estranhamente por cerca de cinco anos o material e hoje possivelmente o traz a público pelo fato de ter sido responsabilizada pela comissão". A Petrobras alega que a gerente foi destituída do cargo após ameaçar seus superiores caso não fosse mantida em suas funções.
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