Cunha
[caption id="attachment_247619" align="alignright" width="285" caption="Cunha aposta em sua tropa de choque para permanecer no comando da Câmara"]

[fotografo]Wilson Dias/Agência Brasil[/fotografo][/caption]A mais importante comissão da Câmara, a de Constituição e Justiça, passou a ser a nova frente de batalha do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar escapar da cassação do mandato por ter mentido à CPI da Petrobras sobre suas contas no exterior. A comissão vai decidir, em data a ser marcada, se o relatório aprovado pelo Conselho de Ética pode ser substituído por outro, com novo conteúdo, e aprovado em plenário. No entanto, a ideia de evitar a sanção máxima para Cunha, réu na
Operação Lava Jato, pode esbarrar na própria dinâmica da Casa.
A consulta foi feita pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), atendendo aos interesses de Eduardo Cunha, que tem maioria no Conselho de Ética para aprovar o parecer alternativo com uma pena de suspensão por três meses. A ideia foi formalmente proposta pelo deputado João Carlos
Bacelar (PR-BA), e substituiria a punição proposta pelo relator do caso,
Marcos Rogério (DEM-RO), de cassação do mandato. Na sessão que serviria para a votação desse parecer, o parlamentar de Rondônia pediu tempo para analisar o texto de
Bacelar. Presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA)
adiou a reunião para votar a recomendação de perda de mandato.
A CCJ é presidida pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), amigo de Cunha e um dos articuladores de uma punição mais branda para o presidente afastado da Câmara. Ao contrário do que acontece no Conselho de Ética, na CCJ Cunha não tem maioria para que a consulta feita por Maranhão seja aprovada.
A tática de defesa de Cunha, no entanto, pode ser atropelada pela decisão que o Conselho de Ética pode tomar em data ainda a ser marcada por José Carlos Araújo. Como a CCJ não tem prazo para decidir sobre a consulta, o assunto deve ficar para depois e até perder o objeto com a decisão do plenário da Câmara sobre o destino de Cunha.
O presidente afastado da Câmara conseguiu substituir no conselho o deputado Manoel Junior (PMDB-PB), que era suplente, por Marcelo Aro (PHS-MG), que chama Cunha de "Papito".
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