[caption id="attachment_69834" align="alignleft" width="318" caption="Primeiros requerimentos apresentados à CPI têm como alvo Carlinhos Cachoeira"]
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[fotografo]Roosevelt Pinheiro/ABr[/fotografo][/caption]Os primeiros 40 requerimentos apresentados nesta quarta-feira (25) na
CPI do Cachoeira solicitaram a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do bicheiro Carlinhos Cachoeira, apontado pela Operação Monte Carlo como líder da organização criminosa que comandava o jogo ilegal em Goiás, com apoio de políticos, policiais, e até jornalistas e radialistas. Também foi pedida a convocação de Cachoeira para depor. Os requerimentos deverão ser votados a partir da quarta-feira da semana que vem (2). Hoje, foi aprovado o
acesso aos documentos produzidos pela investigação, nas Operações Vegas e Monte Carlo, em poder do Supremo Tribunal Federal, da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República.
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Em comum, o conjunto inicial de requerimentos poupa políticos e se foca nos membros da quadrilha com menores ligações com os partidos da base aliada e da oposição.
Os requerimentos pedem ainda depoimentos combinados com quebras de sigilos do ex-presidente da construtora Delta Fernando Cavendish; do ex-diretor da empreiteira no Centro-oeste Cláudio Abreu; do contador de Cachoeira, Geovani Pereira; do ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, e de Gleyb Ferreira, apontado como elo da quadrilha com servidores públicos e policiais federais.
Também foi solicitada a quebra dos sigilos da empresa Delta. Os deputados e senadores pediram ainda que o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União envie a eles todas as investigações sobre a empreiteira desde 2006.
Demóstenes
Os parlamentares ainda pediram o depoimento do delegado Deuselino Valadares, que produziu relatório em que apontou que 30% do faturamento de Cachoeira era destinado ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO). De acordo com o Ministério Público, Deuselino foi cooptado e passou a agir em favor da organização criminosa. Por isso, os deputados e senadores pedem também a quebra dos sigilos da empresa Ideal Segurança Ltda., registrada em nome da mulher de Deuselino, mas que, de acordo com os procuradores da República, pertence ao bicheiro a Cláudio Abreu.
Planilha obtida pelo Ministério Público aponta que a própria Delta injetou dinheiro na empresa Ideal Segurança. Para os procuradores, a empresa é usada para receber lucros das atividades criminosas da quadrilha de Cachoeira.
Os parlamentares também pedem a quebra de sigilos da empresas Brava Construções e Alberto e Pantoja Construções. As firmas foram usadas para receber recursos da Delta.
Palácio do Planalto
Numa tentativa de atingir o Palácio do Planalto, os deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Mendonça Prado (DEM-SE) pediram a convocação do subchefe de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Olavo Noleto reuniu-se com um aliado de Cachoeira. Na mesma linha, os deputados do DEM querem a convocação do antecessor de Noleto no cargo, Waldomiro Diniz. Ligado ao ex-chefe da Casa Civil, Waldomiro deixou o cargo depois de ser flagrado em vídeo exigindo 1% de propina de Cachoeira.
A oposição ainda pede a convocação do ex-diretor do DNIT Luiz Antônio Pagot, que disse que deixou o cargo por contrariar interesses da Delta, que, segundo ele, é representada pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP). Para os deputados do DEM, é preciso fazer uma acareação entre Pagot e Cachoeira.
Outros requerimentos prometidos para hoje não foram apresentados, como o convite aos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e do consultor Roberto Coppola, que afirmou ter mantido contatos com governadores do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso para reativar loterias desativadas.
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