[caption id="attachment_79427" align="alignleft" width="280" caption="Petista negou doação de Carlinhos Cachoeira para suas campanhas à prefeitura em 2004 e 2008"]

[fotografo]Leonardo Prado/Agência Câmara[/fotografo][/caption]O

prefeito de Palmas (TO), Raul Filho (PT), liberou nesta terça-feira (10) os sigilos bancário, fiscal e telefônico para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira. Na semana passada, os
integrantes da comissão aprovaram a convocação do petista após a divulgação de um vídeo em que ele aparece negociando vantagens na prefeitura com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele rejeitou a influência do contraventor no seu governo.
Leia tudo sobre o caso Cachoeira
Leia outros destaques de hoje no Congresso em Foco
Na condição de testemunha, o prefeito de Palmas não conseguiu explicar aos parlamentares da CPI as circunstâncias do encontro que teve com Carlinhos Cachoeira em 2004. A reunião ocorreu no escritório do bicheiro em Anápolis (GO). As imagens foram reveladas pelo programa
Fantástico, da TV Globo, no último domingo. Raul Filho informou que na época era apenas candidato e que não sabia das atividades ilegais de Cachoeira.
Também disse, tanto na explanação inicial quanto ao ser questionado pelos membros da CPI, que o bicheiro não pagou pelo show do cantor Amado Batista para a campanha à prefeitura em 2004. "Ele não fez qualquer doação à campanha nem nenhuma das suas empresas prestam serviço à prefeitura. Ninguém vai encontrar a presença de Carlos Cachoeira em nenhum ponto do nosso governo nestes sete anos e meio", afirmou, completando que não sabia qual era o ramo de atuação de Cachoeira.
As respostas do petista provocaram reações contrárias de integrantes da oposição. Parlamentares como o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) e os deputados
Carlos Sampaio (PSDB-SP), Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Rubens Bueno (PPS-PR) rebateram as explicações do petista. "Deslocar-se de um estado para outro, oferecer vantagens e depois dizer que não ajudou em 2004 e 2008. Sou forçado a achar que ele [Cachoeira] contribuiu com caixa 2", disparou Sampaio.
"O senhor consegue ficar igual a Jaqueline Roriz, ao Arruda. Esses são seus semelhantes. Nunca conversei com um bicheiro, eu escolhia com quem conversava quando fui candidato à prefeitura de Porto Alegre", disse Lorenzoni. Ele citou a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) e o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, ambos flagrados em vídeo recebendo dinheiro de propina das mãos de Durval Barbosa, operador do esquema que resultou na
Operação Caixa de Pandora.
Agressão verbal
Durante o depoimento do prefeito, um integrante do primeiro escalão da prefeitura de Palmas se envolveu em uma confusão com membros da CPI. O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Robledo Duarte, foi acusado de agredir verbalmente parlamentares. "Esse é o jeito que a
entourage do prefeito age", opinou Rubens Bueno. O secretário se retirou da sala onde a sessão da CPI ocorre por alguns momentos, voltando depois.
No início da sessão, integrantes da CPI pediram ao presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que o vídeo fosse exibido. O requerimento foi negado. A justificativa do peemedebista é de que as imagens são sigilosas, mesmo tendo sido transmitidas pela TV Globo. "A videoteca já está na comissão. E foi dela que saiu este vídeo [do prefeito de Palmas] e este material está sob segredo", afirmou.
Saiba mais sobre o Congresso em Foco (2 minutos em vídeo)