[caption id="attachment_177348" align="alignleft" width="285" caption="Líderes da oposição negaram qualquer acordo com governistas na CPMI"]

[fotografo]Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]O fechamento de um acordo para evitar convocações de políticos ligados ao Palácio do Planalto e à oposição na CPMI da Petrobras foi negado nesta quinta-feira (6) pelos principais partidos da oposição. Em nota, os líderes na Câmara do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), do PPS, Rubens Bueno (PR), do Solidariedade, Fernando Francischini (PR), e do DEM,
Mendonça Filho (PE), rejeitaram a possibilidade e anunciaram a coleta de assinaturas para que as investigações continuem no próximo ano.
"Não compactuamos e nem participaremos de qualquer acordo que resulte em impunidade. É inaceitável que os desvios já comprovados na maior estatal brasileira sejam ocultados por interesses escusos, especialmente político-partidários - algo que a população indignada já deixou claro que não tolera. Reafirmamos nossa disposição de ir até o fim em busca de respostas e dos responsáveis pelos desvios, enquanto o interesse do Governo é confundir a opinião pública e misturar inocentes com culpados", diz a nota.
De acordo com o
Estado de S. Paulo, o suposto acordo gerou uma
crise entre os tucanos e motivou o lançamento de uma nota pelo presidente nacional do PSDB, senador
Aécio Neves (MG). Derrotado no segundo turno das eleições presidenciais por 3 milhões de votos, ele retornou ao Senado nesta semana defendendo uma oposição revigorada a Dilma Rousseff. Inclusive condicionou o diálogo com o governo à
punições no caso Petrobras. "O PSDB não pactua com qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações da CPMI da Petrobras", disse Aécio.
Ontem, ao Estadão, o relator da CPMI da Petrobras, deputado Marco Maia (PT-RS), confirmou existir um "acordo de procedimento" para não ouvir políticos na comissão, mas negou ocorrer uma blindagem. "Vamos ouvir as pessoas identificadas como tendo ligação direta com o Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) e Alberto Youssef (doleiro e principal alvo da Operação Lava Jato). Vamos focar nos que têm condições de nos trazer informações", afirmou, acrescentando que não há tempo para ouvir todos os citados.
Segundo a
Folha de S. Paulo, o PT conseguiu
barrar convocações consideradas incômodas, como a da senadora paranaense
Gleisi Hoffmann, do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e do tesoureiro nacional do partido, João Vaccari Neto. Já o PSDB evitou a ida do empresário Leonardo Meirelles, apontado como laranja do doleiro Alberto Youssef.
A íntegra da nota de Aécio Neves:
"
O PSDB não pactua com qualquer tipo de acordo que impeça o avanço das investigações da CPMI da Petrobras.
Lutamos pela instalação da CPMI. Temos de ir a fundo na apuração do chamado 'Petrolão' e na responsabilização de todos que cometeram eventuais crimes, independentemente da filiação partidária.
Essa é a posição inarredável do PSDB.
Brasília, 06 de novembro de 2014
Senador Aécio Neves
Presidente Nacional do PSDB"
Leia a íntegra da nota dos líderes da oposição:
"
Oposição rechaça acordo e já articula nova CPMI da Petrobrás
Os líderes dos partidos de Oposição (PSDB, Democratas, Solidariedade e PPS) esclarecem que rechaçam veementemente o suposto acordo anunciado ontem pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CMPI) da Petrobrás, deputado Marco Maia (PT-RS). Do mesmo modo, o dep. Carlos Sampaio (PSDB/SP) classifica como "vergonhosa" a citação de seu nome como partícipe de um acordo para proteger quem quer que seja, negando qualquer articulação para beneficiar agentes políticos.
Não compactuamos e nem participaremos de qualquer acordo que resulte em impunidade. É inaceitável que os desvios já comprovados na maior estatal brasileira sejam ocultados por interesses escusos, especialmente político-partidários - algo que a população indignada já deixou claro que não tolera. Reafirmamos nossa disposição de ir até o fim em busca de respostas e dos responsáveis pelos desvios, enquanto o interesse do Governo é confundir a opinião pública e misturar inocentes com culpados.
Várias denúncias de desvios e de superfaturamento do chamado "Petrolão" estão sendo confirmadas pela Polícia e Justiça Federal e pelo Ministério Público. Além disso, os fatos que ainda precisam ser esclarecidos não podem, de maneira alguma, ficar relegados a segundo plano, independente do notório pouco tempo que resta para que a CPMI conclua seus trabalhos. Exatamente por isso e, ao contrário do que foi divulgado, os líderes que subscrevem a nota e os membros oposicionistas da CPMI (deputados Carlos Sampaio e Izalci - PSDB, Rodrigo Maia e Onyx Lorenzoni - DEM, Júlio Delgado - PSB; e senadores Mário Couto, Antonio Aureliano, Rubens Figueiró e Flexa Ribeiro - PSDB, Jayme Campos e José Agripino - DEM) já iniciaram a coleta de assinaturas de parlamentares para que as investigações do escândalo da Petrobrás prossigam no ano que vem.
A expectativa da Oposição é que a nova CPMI seja a primeira a ser instalada no início da próxima Legislatura. Todos os agentes políticos vinculados ao escândalo de corrupção na empresa devem ser não apenas ouvidos, como punidos se comprovado seu envolvimento no caso, independentemente da filiação partidária.
Deputado federal Antônio Imbassahy - Líder do PSDB
Deputado federal Mendonça Filho - Líder do Democratas
Deputado federal Fernando Francischini - Líder do Solidariedade
Deputado federal Rubens Bueno - Líder do PPS"
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