[caption id="attachment_184270" align="alignleft" width="285" caption="Para Fontana, atitude de Eduardo Cunha não foi "nada democrática""]

[fotografo]Luis Macedo/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), classificou como "absolutamente indevidas" as declarações do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre a atuação do governo na disputa pela presidência da Casa. Ontem (20), Cunha, apontado como favorito na corrida pelo principal posto da Mesa Diretora, disse ser vítima de uma "
nova alopragem" após mostrar uma gravação que supostamente o ligaria à Operação Lava Jato. O peemedebista também reclamou da atuação de ministros de Dilma Rousseff, que estariam oferecendo cargos no governo em troca de votos para
Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Ontem, Cunha disse ter recebido a gravação de um policial federal. Segundo ele, a cúpula da Polícia Federal teria armado o diálogo para prejudicá-lo. No entanto, ponderou que pode haver uma disputa de poder na corporação. Por isso, citou nomes apenas para o ministro interino da Justiça, Marivaldo Pereira. Depois, pelo Twitter, reforçou que não acusou o governo de atuar em favor de Chinaglia e disse não ter comprado versões sobre o caso. Mesmo assim, ao convocar a imprensa para revelar a situação, deixou integrantes do governo irritados.
"Esta acusação é absolutamente indevida", disse Fontana. Para ele, é "algo inaceitável" convocar a imprensa e mostrar a gravação, assim como a tentativa de envolver o governo no caso. "Uma coisa é pedir investigação (...) mas não imediatamente politizar isso. Quem é candidato deve esta preparado para ganhar ou perder. (...) Não é nada democrático", comentou, acrescentando que "não há cooptação" de aliados com oferecimento de cargos em troca do voto em Chinaglia. "[A disputa na Câmara] não tem vínculo de formação de governo."
Indecisos
Para o líder do governo, um dos principais coordenadores da campanha de Chinaglia, o resultado da eleição pela presidência da Câmara é "imponderável". Segundo ele, existem entre 150 e 200 deputados que ainda não decidiram em quem votar em 1 de fevereiro. Quase metade dos integrantes da Casa são novatos ou que não foram eleitos em 2010. Por isso, ele considera que o lançamento precoce da campanha de Cunha pode favorecer o candidato petista.
Na visão do líder governista, a candidatura de Cunha passa por um "momento de fragilização". Por isso, ele também critica o fato de Cunha adiantar que haverá sequelas caso Chinaglia vença a disputa. "O que não pode, seja o PSDB ou o Eduardo, é impugnar os votos que o Arlindo conseguir", comentou Fontana.
Mais sobre a eleição para a Mesa Diretora