[caption id="attachment_244027" align="alignright" width="285" caption="Sessão presidida por Maranhão é marcada por protesto de parlamentares"]
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[fotografo]Luis Macedo/Câmara dos Deputados[/fotografo][/caption]O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), presidiu nesta terça-feira (17) a primeira sessão plenária depois da confusão criada pela tentativa de
anulação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, no dia 9 de maio, feita pelo próprio deputado. Menos de 12 horas depois o parlamentar voltou atrás e
revogou a decisão. Esse vai e vem fez membros da oposição pedirem, junto à Mesa Diretora da Casa, a renúncia do deputado ao principal posto da Câmara. Mesmo diante da resistência que encontra entre os pares e dos protestos em plenário, Waldir Maranhão
nega a possibilidade de deixar o cargo.
A sessão desta noite (terça, 17) foi um reflexo da instabilidade que acomete a Câmara
- cuja pauta está trancada por uma a medida provisória que estabelece ações de combate ao mosquito transmissor do zika vírus e da dengue (Medida Provisória 712/16). A maior parte dos pronunciamentos dos deputados fazia referência a Maranhão e à alegada falta de condições do parlamentar para dirigir os trabalhos da Casa. Membros de PSDB, DEM, PPS e Psol, entre outros, revezaram-se em palavras de ordem contra o presidente interino. Pior para os trabalhos legislativos: a pauta está trancada por quatro MPs e três projetos de lei, de autoria do Executivo, com urgência constitucional para votação.
Marcada por bate-bocas entre os parlamentares, a sessão foi encerrada pouco antes das 19h, quando parlamentares subiram até a Mesa Diretora aos gritos de "Fora, Maranhão!". Waldir Maranhão presidiu os debates por menos de duas horas. Ao deixar o plenário da Casa, o presidente interino não quis falar com a imprensa.
Reação
O líder do Psol na Câmara, deputado
Ivan Valente (Psol-SP), destacou que a legenda não apoiou a chapa que levou Eduardo Cunha à presidência e pontuou que os 408 parlamentares que direcionaram o voto ao presidente afastado avalizaram o nome de Maranhão para assumir o posto em caso de impedimento do peemedebista.
"Quem pariu Matheus que o embale. O Psol não declarou voto nem no Cunha nem em Maranhão", enfatizou.
Já o deputado Miguel Haddad (PSDB-SP) avaliou que as medidas tomadas por Maranhão em relação ao impeachment de Dilma foram realizadas "sem nenhum respaldo judicial". Para ele, manter Waldir Maranhão na presidência da Câmara é manter Eduardo Cunha.
"As coisas não caminham aqui [Câmara]. Ele não tem as condições necessárias para dirigir os trabalhos na Casa", ponderou Haddad.
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